Luta que segue
No momento em que caminhamos para os dias finais de 2021, época em que a preparação das festas e o merecido descanso costumavam ocupar as nossas atenções e expectativas, nos encontramos em meio a mais um inaceitável golpe, contra os servidores do Banco Central e de tantas outras carreiras essenciais para o Estado brasileiro.
Assim deve ser percebida a manobra que, no apagar das luzes, aprovou um orçamento que congela por mais um ano o salário de todos os servidores públicos brasileiros, a exceção daqueles que atuam nas Forças de Segurança. Em verdade, os policiais podem não ser os únicos a verem os seus vencimentos crescerem, uma vez que juízes, políticos e outras careiras especiais não necessitam aumentar os ordenados por esse caminho legislativo.
Contra esse absurdo, a reação está sendo de enormes proporções e está apenas começando. Exemplos disso foram o manifesto dos Chefes de unidades do BC e os mais de 500 servidores da Receita, com cargos de chefia, que entregaram os seus cargos.
Especialmente no que toca ao Banco Central, não é possível admitir que no momento em que serão definidas as condições de trabalho de todos os servidores da Autarquia para o ano de 2020, a Diretoria, e, especificamente, o seu presidente Roberto Campos Neto, abandone o campo de disputa no Congresso Nacional.
Não por outro motivo, o Sinal informou no Apito Brasil nº 231 um cronograma unificado de mobilizações, em conjunto com Sindicato Nacional dos Técnicos do Banco Central do Brasil (SinTBacen) e a Associação Nacional dos Analistas do Banco Central do Brasil (ANBCB), com diversas ações a serem realizadas do dia 23/12 até o fim de janeiro.
Um ano de lutas intensas
Há poucos dias do fim de 2021, nosso intento era o de apresentar uma retrospectiva das lutas travadas ao longo do ano, com o desejo de boas festas e a esperança de um 2022 melhor. No entanto, essas semanas finais acabaram por sintetizar o que vivemos nesse período: muitos ataques ao funcionalismo; a necessidade de mobilização permanente e reações rápidas; e a busca de diálogo direto, eficiente e de mão dupla com todos os nossos colegas.
Aqui em São Paulo, uma nova gestão foi eleita no mês de maio e nesses primeiros sete meses de gestão temos buscado enfrentar os desafios trabalhando para aproximar ao máximo o Sindicato dos filiados.
As boas iniciativas que já existiam, como o Grupo de Trabalho dedicado ao PASBC, realizado mensalmente com a participação dos membros do Comitê Gestor, foram mantidas. Demos um passo a frente ao nacionalizar o encontro, que passou a contar com colegas de todas as Praças, dirigentes nacionais do Sinal e, em algumas ocasiões, com membros da administração do Programa. Assim logramos quadruplicar a média de participantes. Nesses sete meses, 232 colegas passaram pelas reuniões e, juntos, pudemos não só discutir uma série de problemas que enfrentamos em nosso Programa de Saúde, como propor e encaminhar soluções para o mesmo.
Também tem sido uma preocupação central dessa gestão a realização de reuniões especialmente dedicadas aos processos judiciais que envolvem os nossos filiados. Em média realizamos uma reunião a cada 45 dias com essa temática, algumas nacionais, outras restritas aos colegas de nossa Praça. Sempre com a participação de todas as advogadas do Sinal e algumas com a presença de advogados parceiros que acompanham ações específicas.
No caso dos atendimentos diretos aos filiados pela nossa assessoria jurídica, houve uma média de 53 atendimentos mensais, o que representou uma ampliação de 17%, mesmo em meio à pandemia.
Realizamos ainda um esforço grande para retomar o Tradicional Almoço de Confraternização dos Servidores do Banco Central, em conjunto com a ASBAC, garantindo o cumprimento de todas as medidas de segurança indicadas pelas autoridades sanitárias. E, apesar de todas as dificuldades impostas pelo momento por que passamos, pudemos estar juntos no dia 15 de dezembro.
Participamos ainda da Festa Junina Solidária, uma importante ação social organizada pelo Sindifisco, que contribuiu no combate a fome, com a doação de cestas básicas a famílias residentes na comunidade de Paraisópolis.
Mobilização de alta intensidade contra a PEC 32
O Sinal/SP também se fez presente em todos os níveis de mobilização contra a PEC 32.
Contribuímos de forma decisiva para a impressão dos materiais distribuídos pelas entidades pertencentes ao FONACATE em todos os estados brasileiros. Enviamos conselheiros do Sindicato para a mobilização nacional realizada em Brasília e atuamos junto aos deputados federais de São Paulo, para que não votassem contra os servidores públicos.
Nesse ponto em especial, além da campanha permanente de contato via e-mail, redes sociais e telefones junto aos parlamentares, estivemos ao lado de outras entidades do serviço público federal semanalmente no aeroporto de Congonhas, com o objetivo de conversar pessoalmente com os deputados que estavam em trânsito para Brasília.
Para esses atos, o Sinal/SP produziu panfletos, adesivos, faixas e coletes específicos.
Ao final, a soma de todos as mobilizações, a exemplos dessas, realizadas por entidades de servidores de várias carreiras e de todos os estados, garantiu que a Reforma Administrativa não fosse votada nesse ano de 2021.
Um Sindicato nacional, cuja marca é a busca constante da unidade
Neste ano de 2021, o Sinal buscou unificar a sua mobilização com todas as entidades que atuam no BC, a exemplo do SintBacen, ANBCB e ASBAC. Também participou ativamente de todas as atividades realizadas pelo FONACATE em Brasília e nos estados brasileiros.
O Sinal também nacionalizou as suas ações entre os servidores do BC. Reunindo, sempre que possível, em assembleias, reuniões, webinários e encontros, colegas de todas as Praças. Criando espaços de diálogo e integração.
Dessa forma, em muitas ocasiões, reunimos 100, 150 e até 200 servidores, em encontros nos quais dezenas de colegas defenderam livremente as suas opiniões. Acreditamos que esses momentos nos aproximam de um processo de construção das posições do Sinal mais plural, transparente e acessível.
O Sinal de São Paulo participa ativamente dessa construção, através da sua presidente, Maria Regina, e do diretor-secretário Edson Domingues, que também compõem a direção nacional do Sinal.
Fazemos votos de que o ano que se aproxima, faça germinar a participação direta dos filiados do Sindicato em nossos encontros, e nos garanta a mobilização necessária para a defesa do serviço público brasileiro de qualidade e acessível a todos os brasileiros.