Edição 96 – 1/6/2022
Campos Neto mostra mais uma vez que não está disposto a dialogar; servidores seguem em greve
Na tarde desta terça-feira, 31 de maio, na Câmara dos Deputados, o presidente do Banco Central do Brasil, Roberto Campos Neto, deu mais uma demonstração de que não está disposto a dialogar com os servidores. Ao sair de audiência na Comissão de Defesa do Consumidor da Casa, Campos Neto, cercado de seguranças, se negou a parar para conversar ou sequer receber das mãos do presidente do SINAL, Fábio Faiad, requerimento de reunião para tratar da pauta reivindicatória da categoria.
Confira aqui o requerimento e assista aqui ao momento da “fuga” do presidente Campos Neto.
Momentos antes, na referida audiência – à qual apenas parlamentares e servidores da Câmara tiveram acesso -, Campos Neto foi questionado, a pedido do Sindicato, pelo deputado Ivan Valente (PSOL/SP) sobre as demandas do corpo funcional do BC, oportunidade na qual o parlamentar também solicitou que o chefe da Autarquia receba os representantes dos servidores. O presidente respondeu que “tem conversado inúmeras vezes” com a categoria, o que, dada a omissão diante dos consecutivos ofícios do SINAL solicitando audiência e ilustrado pelo episódio da saída da Comissão, não é verdade. O que estas reiteradas negativas mostram, de fato, é que há uma ruptura unilateral de qualquer canal de diálogo.
Ainda na resposta ao deputado, Campos Neto observou que o seu posicionamento seria contrário ao “desalinhamento”. O que a réplica omite daqueles que não estão inteirados da realidade no Banco Central são as já existentes assimetrias, internas e externas, com carreiras congêneres. Para se ter uma ideia, a remuneração de um Analista Tributário após um ano de trabalho na Receita Federal já supera o salário final de um Técnico do BC. O mesmo quadro se repete se compararmos o desalinhamento entre Auditores Fiscais da Receita e os Analistas do BC. Realidade que pode ser agravada a partir da regulamentação do Bônus de Eficiência e Produtividade para os servidores do Fisco.
Há, ainda, as assimetrias significativas com os cargos da Polícia Federal, que também podem ser agravadas, e o desalinhamento interno, que faz com que um Analista da Autarquia em final de carreira, mesmo com comissão de Chefe de Unidade/Departamento, receba remuneração inferior à de qualquer Procurador com poucos anos de Casa. Há que se lembrar também da diferença na proporcionalidade dos vencimentos entre os cargos de Analista e Técnico do próprio BC, que não encontra paralelo em outras instituições.
Repúdio
Fica registrado aqui o nosso veemente repúdio à postura do presidente Campos Neto, em face do lamentável episódio desta terça-feira. O SINAL sempre se portou e se dirigiu com respeito às autoridades, nos mais variados espaços, e sempre se mostrou disposto a dialogar em relação a qualquer assunto de interesse dos servidores do Banco Central.
Resta claro que a direção do BC pretende manter a postura intransigente que marcou o debate sobre a reestruturação de Carreira dos servidores até aqui. Contra esse reiterado desrespeito, a única resposta apropriada é o recrudescimento da mobilização. A greve segue, conforme aprovado pela categoria, e precisa ser intensificada.
Logo mais, às 14h, haverá Assembleia Geral Nacional (AGN) não deliberativa, para debater os rumos do enfrentamento em curso.
Acesse pelo link abaixo:
https://us02web.zoom.us/j/83792501602?pwd=NHpaNWpMdUpibGF4cjNET3RMU0l0dz09
(ID da reunião: 837 9250 1602 – Senha: 712568)
Participe e encoraje outros colegas a se integrarem. Somente com o engajamento amplo, conseguiremos reverter o atual cenário.