PEC 65: A PEC DOS GAFANHOTOS

A PEC dos gafanhotos

No discurso do Senador Plínio Valério, a PEC 65 deveria suprir os recursos  financeiros necessários para que o Banco pudesse fazer o seu importante trabalho.

Só que, na audiência pública, a máscara caiu, como bem lembrou o Senador Alessandro Vieira: a autonomia financeira poderia ser obtida sem transformar o BACEN em uma empresa pública.

O próprio Ministro Fernando Haddad se pronunciou contra essa aberração.

Mas, ao considerar inegociável tal transformação, o Senador mostra que reais interesses estão por detrás da PEC.

Isolar o Banco do Executivo e submetê-lo exclusivamente ao Sistema Financeiro é o objetivo político mais claro.

Obter remuneração extra-teto e liberdade de contratação fora dos quadros do BACEN  é a gênese dos primeiros gafanhotos.

Mas não parou por aí.

Na CCJ outros gafanhotos se uniram à empreitada: três emendas que garantem o lobby dos cartórios contra qualquer modernização da Drex que retire privilégios patrimonialistas de seus “patrões”.

Em documento veiculado como proposta de negociação neste último dia 17.7.2024, descobrimos que nos recursos da autoridade monetária também poderia entrar o custeio do Proagro.

O próprio Banco prevê gasto de R$ 12 bilhões com o Proagro neste ano.

O objetivo: “adoçar” a bancada ruralista para votar a favor da PEC.

A pergunta que não quer calar: quantos gafanhotos mais se juntarão ainda à PEC?

Nesse momento, a discussão foi remetida para agosto.

É hora de redobrar a luta contra esses gafanhotos que querem pousar definitivamente em nossa autarquia.