O QUE É SER UM BOM PRESIDENTE (E DIRETOR) DE BANCO CENTRAL?
Depende para quem você pergunta.
Não está escrito nem no rosto e nem no currículo.
O famoso “mercado” tem uma resposta na ponta da língua.
Um bom presidente de Banco Central é aquele que é “rápido no gatilho” na hora de subir os juros, e extremamente cauteloso na hora de baixá-los.
E quando ele sabe a hora de fazê-lo?
Simples, é só ouvir a voz que vem do mercado financeiro.
Ou vocês acham que Roberto Campos Neto ganhou o prêmio de Banqueiro Central do Ano por ser considerado o homem mais inteligente do planeta?
É como a fitinha verde-amarela de bom comportamento que os alunos recebiam nas escolas públicas na ditadura dos anos 70.
Fez algo considerado errado, advertência na caderneta, que precisava voltar assinada pelo responsável.
Fez tudo o que o mercado financeiro espera, fitinha verde-amarela ou prêmio de Banqueiro Central do Ano, você escolhe.
Roberto Campos Neto foi um aluno exemplar para o mercado financeiro.
Empresa offshore? Jantar com a oposição? Inúmeros encontros com o ex-presidente?
Querem pegar no pé do garoto pelo que ele faz no recreio?
Gente maldosa…
Não à toa, o agora indicado ao cargo de presidente do Banco tem reiteradamente afirmado que irá elevar a taxa de juros imediatamente, caso seja considerado necessário.
Tal afirmação funciona como um ritual de passagem aos olhos do mercado financeiro.
E o que disse publicamente o presidente Lula sobre o assunto?
Em entrevista concedida à rádio CBN, no dia 18 de junho, Lula questionou a autonomia de um presidente do Banco que vai a festa com interesse político e é suscetível a pressões do mercado.
Ele afirmou que sua indicação para presidir o Banco Central será a de uma pessoa séria, comprometida com o controle da inflação e o crescimento do País.
“Na hora que eu tiver que escolher o presidente do Banco Central vai ser uma pessoa madura, calejada, responsável, alguém que tenha respeito pelo cargo que exerce e alguém que não se submeta a pressões de mercado, e que faça aquilo que for de interesse de 213 milhões de brasileiros”, afirmou.
Mas Lula, segundo o mercado financeiro, faz tudo errado.
Basta abrir a boca para o dólar disparar e a bolsa despencar.
O mercado, sim, é que deveria voltar para casa com a caderneta carregada de advertências.
Bom, e quanto à sociedade brasileira?
O Banco Central do Brasil, segundo a legislação atual, além de buscar o controle da inflação, deve trabalhar na suavização dos ciclos econômicos e no fomento ao emprego.
Para o mercado financeiro isso é uma bobagem demagoga e populista.
Mas não para a sociedade brasileira, que vê cerca de R$ 38 bilhões saírem da saúde e educação para remunerar ainda mais os rentáveis títulos públicos desses senhores.
Descer a taxa de juros quando não há nada que impeça é tão importante quanto subir a taxa quando necessário.
O Sinal-RJ entende ser um seu papel inafastável cobrar dos postulantes aos cargos de direção do Banco o cumprimento das três dimensões do mandato constitucionalmente conferido a nossa Instituição.
PEC-65: RUIM PARA O SERVIDOR DO BC, PIOR PARA O BRASIL!
Diga pelo que você quer lutar!
LUTE JUNTO COM O SINAL-RJ!
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