Afirmações durante o seminário são alvos de distorções

Têm causado repercussão, especialmente entre os defensores da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 65/2023, algumas afirmações feitas pela professora do Departamento de Economia da Universidade Federal do Paraná Larissa Dornelas durante o seminário desta terça-feira, 15 de outubro. O principal incômodo diz respeito às declarações sobre o aspecto remuneratório da categoria.

Ao defender que o tema da matéria não é urgente, a economista observou que a questão salarial na Autarquia, haja vista o padrão remuneratório, não é tão crítica a ponto de justificar uma proposta que destrua o caráter público da Instituição. O SINAL sugere que os colegas assistam ao evento na íntegra (clique aqui), de modo a compreenderem a abordagem do tema em sua totalidade e não serem levados a interpretações baseadas em recortes inadequados.

A palestrante, vale destacar, é servidora pública federal, acompanhou as recentes negociações entre a classe e o governo e manifestou a opinião de que todas as carreiras devem passar pelo mesmo processo no que se refere às suas demandas.

Lamentamos a utilização deliberada deste tipo de expediente, que visa unicamente poluir o debate.

Resta cristalino que não há qualquer urgência na PEC 65/2023. A tentativa de uma tramitação aos atropelos, por parte de seus defensores, guarda relação direta com o fim do mandato de Roberto Campos Neto à frente do Banco Central do Brasil e a busca por deixar uma espécie de “legado”.

A agenda de valorização do corpo funcional do BC não passa pelo texto da PEC e não há justificativa plausível para a aprovação de projeto que pretenda fragilizar o regime jurídico, bem como as prerrogativas dos servidores da Autarquia. O Banco Central é um órgão de Estado e qualquer mudança em sua estrutura deve atender aos interesses da sociedade e não a caprichos e cronogramas meramente pessoais.

Não à PEC 65/2023!

Nas próximas edições do Apito Brasil traremos mais críticas às fragilidades e falácias acerca da matéria.