
BANCO CENTRAL DO BRASIL: 60 ANOS E A BOMBA DA PEC 65 E DO BANCO MASTER
Não é de hoje que tramoias, negociatas escusas e verdadeiros escândalos financeiros vão parar na porta do Banco Central.
O Banco Master não é diferente.
O governo do Distrito Federal, através do Banco de Brasília (BRB), decidiu comprar por 2 bilhões de reais este banco privado de São Paulo que está quebrado.
O que é mais grave é que esses R$ 2 bilhões não são sequer para assumir o controle do banco, e sim para comprar apenas 49% das ações ordinárias do banco.
O controle acionário continuaria com o mesmo banqueiro que quebrou o banco.
Segundo a coluna de Lauro Jardim do “Globo” de 31.3.2025, a proposta que o BTG de André Esteves fez pelo Master foi a de assumir o banco por R$ 1, usar o Fundo Garantidor de Crédito (FGC) para dar cobertura a todos os problemas de lastro que o banco tivesse e capitalizar a instituição, que deixaria o negócio.
Compraria também os precatórios do banco.
Mas não houve consenso entre os grandes bancos que controlam o FGC sobre essa oferta.
Por isso, ela não chegou a ser concretizada, afirmou o colunista.
Como o mesmo banco pode ser avaliado em R$ 1 ou R$ 2 bilhões?
A resposta é simples, depende de onde vem o dinheiro.
O nosso sistema financeiro, que se diz “super” técnico para aferir expectativas de mercado sobre juros no relatório Focus do Banco Central, não quer soluções de mercado quando se trata do seu próprio dinheiro.
Aí é o Estado Brasileiro que deve dar uma solução, e de preferência, com dinheiro público.
A ladainha é a de sempre, risco sistêmico, risco disto, risco daquilo, mas principalmente risco de um banqueiro pagar com seu patrimônio pela forma delinquente como opera no mercado financeiro.
E a PEC 65?
Eles não querem mais correr o risco de que uma solução de governo possa punir esse comportamento delinquente, por isso o Banco Central precisa ser uma entidade de direito privado.
Porque tudo tem que acabar em “pizza” paga necessariamente com dinheiro do contribuinte.
Banqueiros com ligações políticas não são novidade, novidade não é o leilão do Banco Master, novidade é a desfaçatez com que querem “leiloar” o Banco Central com uma PEC que o retira completamente da égide do poder executivo.
Para que a festa continue, e não se acabe, é importante arrastar o Banco Central, institucionalmente falando, para o setor privado. Nem mais, nem menos.
Nestes 60 anos de Banco Central, temos que lutar contra a sua destruição como órgão de Estado.
E isso significa lutar contra a PEC 65, seus efeitos perversos não apenas quanto aos servidores do Banco, mas também sobre toda a sociedade brasileira.
PEC-65: RUIM PARA O SERVIDOR DO BC, PIOR PARA O BRASIL!
Diga pelo que você quer lutar!
LUTE JUNTO COM O SINAL!
Não deseja mais receber o Apito Carioca? Clique aqui para descadastrar-se.
|