Edição 405 – 07.05.2025

RCN COMPLETA O CIRCUITO DA “PORTA GIRATÓRIA” ENTRE O BC E O MERCADO FINANCEIRO

O deputado Lindbergh Farias (RJ), líder da bancada do PT na Câmara, protocolou uma representação no Ministério Público Federal (MPF) pedindo uma investigação contra o ex-presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto (RCN), por conta da edição de uma norma que pode ter permitido que o Banco Master escondesse riscos em seus balanços sobre a contabilidade de ativos e passivos vinculados a precatórios.
A norma foi editada pelo BC em outubro de 2023 e a representação de Lindbergh usa como base uma reportagem do jornal O Estado de São Paulo (Estadão), que relaciona a norma do BC à omissão de risco por parte do Master e de outros bancos.
A flexibilização das normas e regulamentos do mercado financeiro nacional, responsável pelo escândalo do Banco Master, foi uma missão efetivamente cumprida pelo ex-presidente da nossa instituição.
Deixou para trás também uma “bomba-relógio” chamada PEC 65/2023, que destruiu o clima organizacional da autarquia ao tentar entregar o Banco Central ao setor privado.
Eis que agora o banco digital Nubank convidou o ex-presidente do Banco Central para assumir um cargo na empresa, menos de seis meses após Campos Neto deixar a autoridade monetária.
Segundo o Nubank, Campos Neto expressou intenção de aceitar o convite e assumir as posições em 1º de julho.
A data marca precisamente o fim da quarentena de seis meses exigida para que ex-diretores do BC possam exercer atividades profissionais na iniciativa privada.
A atuação de RCN e do Nubank escancara a lógica da “porta giratória” entre o BC e o mercado financeiro.
O termo descreve, de forma geral, a movimentação de ex-dirigentes entre cargos públicos e o setor privado em áreas relacionadas às suas funções anteriores.
Esse fenômeno é frequentemente associado a conflitos de interesse, tráfico de influência e corrupção.
Como sempre, ficam para trás os tolos, os mal intencionados e todos os que gravitaram no seu entorno na esperança de que ele mudasse a situação funcional do Banco Central, quando o que fez foi jogar o nome da nossa instituição na lama de mais um escândalo financeiro.
Mas, para ele, o que interessava era a aprovação do mercado financeiro, o que conseguiu, como demonstra o apressado convite do Nubank.
Para nós ficou o entulho, o constrangimento e o tic-tac na Comissão de Constituição e Justiça do Senado Federal.

PEC-65: RUIM PARA O SERVIDOR DO BC,
PIOR PARA O BRASIL!

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