
INSTITUIÇÕES PÚBLICAS QUE NÃO APRENDEM COM OS SEUS ERROS CORROEM O SISTEMA DEMOCRÁTICO DE UMA NAÇÃO
No Brasil, em geral, críticas, mesmo as construtivas, costumam ser mal recebidas.
Para o brasileiro cordial de Sérgio Buarque de Holanda, crítica é ataque pessoal e deve ser devolvido com som e fúria.
E, para alguns, até na bala.
Porém, basta sairmos das terras tupiniquins que encontramos uma realidade muito diferente lá fora.
Em países desenvolvidos, a crítica é elemento essencial do sistema de produção.
Algumas fábricas chegam a remunerar monetariamente as críticas e sugestões que possam aumentar a produtividade ou tornar a empresa mais eficiente de alguma forma.
Tal lembrança decorre da notícia de que o Banco Central americano, o Federal Reserve (FED) está conduzindo uma ampla reavaliação de como administrar a política monetária na maior economia do mundo.
Cabe lembrar que essas revisões são periódicas e, quando bem conduzidas, tornam o FED mais apto a lidar com choques econômicos e incertezas políticas.
Ou seja, eles reconhecem que nem sempre utilizam as ferramentas mais adequadas quando muda a realidade à sua volta.
Lá, como aqui, o Banco Central possui um duplo mandato (Promover o máximo de emprego e a estabilidade de preços), mas, pela primeira vez, o FED destacou explicitamente que benefícios amplos no mercado de trabalho, como redução de desigualdades, eram parte desejável de seu objetivo.
No nosso país, a ata do COPOM ainda é lida com a reverência de quem lê livros sagrados impressos por alguma espécie de divindade financeira.
Na visão dos analistas financeiros do mercado, o relatório Focus, com as expectativas inflacionárias por eles mesmos fornecidas, deve ser a principal referência a ser considerada pelos membros do COPOM.
Qualquer crítica ao modelo é considerado uma heresia.
Temos uma das maiores taxas de juros do planeta, e a absurda taxa de juro real, descontada a inflação, acelera a financeirização e o rentismo patológico em nossa economia.
Quando vamos parar e perceber que a economia neste nível de taxa de juros despedaçará inxerovalmente a sociedade brasileira?
Realizar essa revisão de forma adequada é essencial para preservar a credibilidade do Banco Central, e assegura este pilar da sua autonomia.
É mais do que positivo – é necessário – que bancos centrais reconheçam seus erros ao longo do tempo.
Liderar correções fortalece o seu papel em uma sociedade democrática.
A forma como o FED está conduzindo esse processo pode servir de referência institucional para o Brasil, especialmente em um momento em que nosso Banco Central enfrentará pressões crescentes para impedir um novo ciclo de corte de juros.
PEC-65: RUIM PARA O SERVIDOR DO BC,
PIOR PARA O BRASIL!
Diga pelo que você quer lutar!
LUTE JUNTO COM O SINAL-RJ!