A greve acabou, mas a luta continua
Finda mais uma campanha salarial, uma certeza salta aos olhos: a luta pela valorização da carreira de especialista do BC e em defesa da própria instituição Banco Central do Brasil é responsabilidade dos servidores da Casa. Em janeiro de 2007, havia um fosso salarial (representado no gráfico 1, abaixo). Agregado ao reconhecimento do Ministro Meirelles (em entrevista à Por Sinal nº 19) e dos próprios negociadores do Governo (quando compareceram à nossa 21ª AND), esse fato constituiu-se em prova inconteste da legitimidade de nossa greve. Gráfico 1 Técnicos: Vencimento equivalente a 50% do Analista
O servidor do BC foi à luta não apenas por salário, mas também por respeito próprio e valorização da Instituição.
Ainda que reconhecendo a legitimidade do pleito, foi tão somente pelo enfrentamento, e pela força de nossa mobilização, que os representantes do governo vieram a fazer gestões no sentido de resolver a situação. Ficou a lição: a categoria é que faz o momento oportuno.
Após valorosa luta em defesa do Banco Central, de sua competitividade na captação e manutenção de recursos humanos qualificados, e do reconhecimento, pelas autoridades federais, do papel estratégico do Banco Central para o país, conseguimos reverter tal injustiça.
Entendemos que ainda não chegamos à posição em que deveríamos estar, em face das atribuições do BC: na de primeiríssima linha estratégica do governo.
O gráfico 2 abaixo mostra os resultados de nossa campanha.
Gráfico 2 Técnicos: Vencimento equivalente a 50% do Analista
Tal resultado nos permitiu sair da inaceitável vigésima posição entre as carreiras melhor remuneradas do Executivo Federal. Essa posição não guardava nenhuma relação com a importância do Órgão em que trabalhamos e com a complexidade, relevância e qualidade dos serviços prestados pelos funcionários do Banco Central do Brasil.
Muito menos, portanto, qualquer relação com os níveis históricos de remuneração percebidos pelos mesmos servidores, desde a criação do BC.
A tabela abaixo, extraída com base em dados do Boletim Estatístico de Pessoal publicado pelo Ministério do Planejamento, data-base Janeiro/2007, comprova o sucateamento descrito acima.
A força do nosso movimento nos remete a novos patamares relativos, mas ainda insuficientes, ao posicionar o Analista do BC em décimo primeiro lugar para os vencimentos de ingresso e terceira remuneração final, como mostra a tabela a seguir:
Cumpre salientar o que a retomada de campanha traz para os colegas técnicos: voltam aos primeiros lugares das carreiras de nível médio.
Nem por isso podemos dar como finda a luta nesta frente: os níveis iniciais dos nossos técnicos ainda serão, sem justificativa plausível, remunerações significativamente inferiores às da carreira congênere da Receita Federal.
A tabela a seguir mostra o ranking para os técnicos a partir de janeiro de 2008.
Voltamos ao trabalho, porém, de cabeça erguida, dada a certeza de disposição de luta para os próximos embates que virão.
E o primeiro se dará hoje, às 15h, na Mesa de negociação, quanto aos dias de greve. |