Edição 0 - 12/09/2002

O PCS e o aprendiz de feiticeiro

At‚ hoje, passados mais de 60 dias da edi‡Æo da MP 45, nÆo se levantou uma £nica voz a favor do
PCS. Exceto a opiniÆo favor vel dos envolvidos na sua formula‡Æo, o plano recebe cr¡ticas
indistintamente de servidores de todos os n¡veis, posto que nÆo solucionou o problema dos que estÆo
nos £ltimos n¡veis da carreira e, de quebra, criou enormes dificuldades para os mais novos
alcan‡arem aqueles n¡veis. Portanto, ‚ um plano que, nÆo atendendo …s necessidades da institui‡Æo nem as dos seus servidores, atende a quem?

Nesses £ltimos oito anos, fomos for‡ados a conviver com o modo de administrar tucano, centrado sempre na ausˆncia de corre‡äes salariais, total aniquilamento dos direitos dos servidores e aumentos seletivos para algumas carreiras, principalmente para os detentores de cargos DAS, dentro da velha m xima “Mateus, primeiro os meus…”

Aqui no BACEN nÆo foi diferente, temos bons aprendizes dispostos a servir aos senhores da hora, qualquer que seja ele. E o epis¢dio da glosa est  a¡ para mostrar que sÆo …s vezes mais realistas que o rei, e, do mesmo modo que sujeitam-se submissos a qualquer ordem, eximem-se de suas responsabilidades como administradores, ao nÆo buscarem, como seria o seu dever, junto …s demais autoridades solucionar os problemas da institui‡Æo e do seu funcionalismo. Assim ‚ que, por xemplo, escudando-se na desculpa de que existe a glosa B, se negam a buscar solu‡äes de permitam superar as limita‡äes impostas aos vencimentos dos servidores comissionados e em final de carreira.
Incapazes de propor solu‡äes verdadeiras, saem com artif¡cios, as conhecidas “meia-solas”.

O PCS, com os seus penduricalhos GQD e FTBC, ‚ a constata‡Æo eloqente da falˆncia do modelo
gerencial do BACEN. Como alguns chefes sabem que nÆo conseguiriam pelo di logo, pelo convencimento pelo livre trƒnsito das id‚ias, liderar e fazerem-se acreditados junto …s suas equipes, resta-lhes, como recurso, o velho truque de acenar com avalia‡Æo e com a concessÆo da FTBC, e logo passam a conviver com a ilusÆo de que comandam equipes “envolvidas e motivadas”.

Evidentemente, nÆo se recomenda a quem quer que seja, aceitar ou recusar o “agrado”. O assunto ‚ de ordem pessoal e cada um sabe onde lhe aperta o calo… Mas se engana quem pensa que essas
adesäes sÆo conscientes e colaboram para o crescimento da organiza‡Æo. Sabe-se que nesse momento ocorre uma luta surda e intestina, gerando insatisfa‡äes de toda ordem, por conta da distribui‡Æo das tais FTBC.

Felizmente existem colegas que ocupam cargo de chefia simplesmente pela sua capacidade. Estes nÆo precisam, e nÆo aceitam, curvar-se …s manobras do Neo -liberalismo selvagem para manter suas posi‡äes. Š justamente com essas pessoas que contamos para reverter as conseqˆncias funestas desse processo, disseminado em todos os ¢rgÆos do Executivo, com o evidente prop¢sito de aniquilar e desmoralizar o funcionalismo p£blico em geral, e especificamente, aqueles que, a despeito de tudo, conseguem que os ¢rgÆos em que trabalham sejam eficientes, pois isso ‚ inaceit vel aos olhos do “PatrÆo”.

Chega de ilusionismos, vamos aprender definitivamente que o envolvimento e a participa‡Æo de todos somente acontecer  quando tivermos, al‚m de sal rios justos, um PCS com regras claras, objetivas,ausente de privil‚gios e que permita a todos disputar em igualdade de condi‡äes as chances de progressÆo na carreira.

Mas o feiti‡o parece estar virando contra o feiticeiro: as FTBC, ao inv‚s de ser a solu‡Æo imaginada para “anestesiar” os servidores, est  provocando revolta pelo pa¡s afora, para desespero dos aprendizes. E olha que ainda nem vimos o regulamento da GQD!

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