Edição 0 - 18/03/2009

Lula decide manter o reajuste dos servidores

A palavra do Ministro

 

O ministro chegou à sala às 19h20 bem humorado, descontraído, se desculpando pelo atraso e justificando o motivo da reunião.    A seguir fez uma breve explanação sobre o cenário econômico ressaltando a queda do PIB no ultimo trimestre de 2008, e as perdas na arrecadação nos últimos 3 meses (dezembro a fevereiro) mas comentou que,  a despeito deste cenário o governo vai lançar um conjunto de medidas de restrição orçamentária  sem prejuízo dos investimentos programados no âmbito do PAC, bem como outras de incentivo ao reaquecimento da atividade econômica via desoneração fiscal.  

 

Em seguida falou que esteve ontem com o presidente Lula ouvindo dele  que o governo manterá os compromissos acordados com os servidores, de sorte que os reajustes programados para julho estão preservados.  Ressaltou,  entretanto, que caso haja uma piora do cenário econômico, antes de qualquer iniciativa, ouvirá os servidores.

 

Prosseguindo, disse que não tem como se comprometer neste momento com  outras reivindicações que acarretem aumentos na despesa.   Terminado a sua fala, os representantes da bancada sindical fizeram uso da palavra ressaltando a importância da reunião e da garantia do presidente Lula em manter a implementação dos reajustes programados para os servidores.

 

A palavra do Sinal

 

O Presidente do Sinal em sua intervenção, também ressaltou a importância da reunião, em especial, a manifestação do presidente Lula em garantir o que foi acordado.   Referiu-se aos compromissos assumidos pelo Presidente Lula de conduzir a economia no tripé da estabilidade da moeda, o maior ganho social para o país, a responsabilidade fiscal e o respeito aos contratos.   Ressalvou,  entretanto que a demora na resposta aos servidores trouxe muita intranqüilidade aos nossos representados, traumatizados com os adiamentos dos acordos sob alegação de perda da CPMF em 2007.  

 

Afirmou que os servidores não aceitam ser responsabilizados pelos efeitos  das crises econômicas nem o ônus dela decorrente.   Sobre a atuação do Banco Central, lembrou que a desaceleração econômica do ultimo trimestre de 2008 contribuiu para convergir os indicadores de preços para o centro da meta possibilitando o inicio de uma trajetória descendente na taxa referencial de juros como ocorreu na semana passada com o corte de 1.5% na Seliq, trazendo em consequência um alívio sobre a conta de juros de cerca de 12 bilhões de reais.  Lembrou ainda, que o orçamento de 2008 foi projetado com uma expectativa da taxa básica em 14%.   Hoje, todas as projeções  apontam para uma Seliq abaixo dos dois dígitos até o final do ano.    Isto significa um forte alívio nas contas  do governo que compensariam  eventuais reduções na arrecadação no início do exercício.  

 

Ao final da reunião, acompanhado de um grupo de sindicalistas, fez a entrega ao Ministro, do manifesto das entidades que compõe o movimento em defesa do Estado Brasileiro.    O Ministro recebeu também das mãos da presidente da Anfip documento formal de apoio as entidades que compoem o Fonacate.  

 

Contribuição Sindical

 

Sobre este assunto o Ministro informou que a questão não está pacificada no governo.   Comentou que seria muito ruim descontar e não repassar os valores às entidades, visto que há muitas dificuldades de identificação dos representantes  em face da multiplicidade de sindicatos em uma mesma base.   Disse que o Ministério aguarda um parecer jurídico sobre a instrução normativa nº 1 do MTE (que institui a cobrança dessa contribuição) pois entende que a sua aplicação não é tão simples quanto parece.

 

A vista dessas alegações, ficou entendido que não haverá, pelo menos por enquanto, o desconto desse famigerado confisco salarial.   Dentre as entidades presentes à reunião, todas as manifestações foram contrárias à instituição deste imposto.

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