Qualidade de Vida
HÁBITOS MODERNOS PREJUDICAM A VIDA
Os hábitos modernos estão baixando a qualidade de vida do brasileiro, fazendo com que ele se apóie precocemente no sistema de seguridade social. A conclusão faz parte do estudo Qualidade de Vida: Suas Determinantes e sua Influência sobre a Seguridade Social, divulgado em 14.10.09 pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), que analisou os hábitos da vida moderna, suas precárias condições de trabalho, e como esses determinantes influenciam na seguridade social, como o auxílio-doença e a aposentadoria por invalidez.
Segundo o assessor do Ipea, Milko Matijascic (*), o estudo apontou que o Brasil precisa buscar alternativas tanto de sistema previdenciário como de hábitos cotidianos que permitam uma melhor qualidade de vida do cidadão e um menor gasto da seguridade social, principalmente da Previdência.
Ao desagregar as causas de mortes e comparar os dados brasileiros com os demais países selecionados, o Ipea observou que os neoplasmas, que abrangem todos os tipos de câncer, e as doenças do sistema cardiovascular e circulatório (angiologia e cardiologia) são os responsáveis pela maior parte das mortes nesses países, em 2003, encabeçado pelas doenças crônicas cardiovasculares.
As doenças crônicas como um todo, principalmente as cardiovasculares, foram as grandes responsáveis pelas mortes no início do século XXI, no Brasil e nos demais países do continente americano e na Europa, também abordados no estudo a título de comparação.
Segundo projeção apresentada no estudo do Ipea, há uma expectativa de que ocorram elevações preocupantes dessas doenças em países como Brasil e México, apesar de, nas próximas décadas, haver expectativa de queda em alguns países europeus e na Argentina.
IPEA verificou aumento de casos de câncer
A análise do Ipea também focalizou dados do Brasil no período entre 1979 e 2004. Com base nesse período, verificou-se queda forte (57,12%) na incidência de doenças transmissíveis e aumento na incidência de câncer (66,67%) e doenças do sistema nervoso (40,01%).
Segundo o Ipea, a queda na incidência de doenças transmissíveis tende a estar correlacionada ao aumento de saneamento básico e elevadas taxas de vacinação encabeçadas por políticas públicas. Já as doenças do sistema subcutâneo e conjuntivo, do sistema nervoso, do sistema digestivo e as ligadas ao sistema endócrino-metabólico aumentaram pelos menos 40,01% ao longo desses 25 anos.
Essas doenças não-transmissíveis fazem parte do grupo de doenças crônicas não-transmissíveis. Elas têm aumentado em função de diversos fatores, principalmente os de natureza comportamental, como dietas, sedentarismo, dependência química de tabaco, álcool e outras drogas.
(*) Milko Matijascic possui graduação em Economia pela PUC de São Paulo (1988) , mestrado e doutorado em Ciência Econômica pela Universidade Estadual de Campinas (1991 e 1996), curso técnico-profissionalizante em Sciences Èconomiques et Sociales pela Academia de Poitiers (1983) . Atualmente é professor titular do Centro Universitário Salesiano. Tem experiência na área de Economia, com ênfase em Economia do Bem-Estar Social. Atua principalmente nos seguintes temas: Previdência, Fundo de Pensão, Seguridade, Reforma do Estado, Projeções Econômico Financeiras e Finanças Públicas.
Fonte: Jornal Metrô News, RJ