Da Redação
Na direção oposta à da autoridade monetária brasileira, três dos principais bancos centrais do mundo decidiram, ontem, manter as políticas de juros baixos e de emissão de moeda que vêm adotando para reativar a economia de suas regiões e informaram que, se necessário, podem aumentar a dose de estímulos.
O Banco Central Europeu (BCE), que regula a divisa comum dos 17 países da Zona do Euro, deixou inalterada sua principal taxa de juros na mínima recorde de 0,5% ao mês — decisão já esperada pelos analistas e investidores. No entanto, o presidente da instituição, o italiano Mario Draghi, afirmou que o banco está preparado para diminuí-la ainda mais caso conclua que a medida é necessária para a reduzir as demais taxas do mercado.
Contração
Apesar de ter crescido 0,3% no segundo trimestre, depois de 18 meses de recessão, a previsão é de que a Zona do Euro ainda tenha contração de 0,4% este ano. E, mesmo com a política expansionista do BCE, os juros das operações bancárias não caíram na proporção desejada por causa da expectativa de endurecimento da política monetária nos Estados Unidos, que vem drenando recursos do mercado europeu e de outras regiões. Segundo Draghi, a possibilidade de redução adicional dos juros foi discutida na reunião de ontem entre os diretores da autoridade monetária.
Em Londres, o Banco da Inglaterra também manteve a taxa básica na mínima histórica de 0,5% e não alterou um programa de compra de 375 bilhões de libras (US$ 586 bilhões) em títulos do governo britânico. A instituição anunciou, em agosto, a decisão de sustentar os juros baixos até que o desemprego caia a 7%, o que é esperado apenas para o fim de 2016.
O Banco do Japão, embora tenha concluído que a economia do país “está se recuperando moderadamente”, preservou o cronograma de emissão de moeda a um ritmo anual de até 70 trilhões de ienes (US$ 702 bilhões). O presidente da instituição, Haruhiko Kuroda, disse que esse volume é suficiente, mas admitiu aumentá-lo se uma proposta de elevar o imposto sobre vendas prejudicar as metas econômicas. O governo japonês planeja subir o tributo dos atuais 5% para 10% até 2015.
Fonte: Correio Braziliense