da redação
Apesar de a responsabilidade fiscal ter sido um dos compromissos assumidos pela presidente Dilma Rousseff após as manifestações de rua que cobraram mudanças, o governo continua gastando cada vez mais. As contas do setor público consolidado — governo central, estados, municípios e estatais — tiveram o pior resultado em 12 anos para o mês de agosto, com deficit primário (receitas menos despesas com juros) de R$ 432 milhões.
Em julho, houve superavit de R$ 2,287 bilhões e, em agosto do ano passado, os números também foram positivos, de R$ 2,297 bilhões. Na avaliação do chefe do Departamento Econômico do BC, Tulio Maciel, as desonerações tributárias de R$ 50 bilhões tiveram uma contribuição relevante para o desempenho negativo.
O resultado é pior do que as mais pessimistas previsões do mercado, afirmou o economista Felipe Salto, da Tendências Consultoria. “Ninguém projetou deficit. A Tendências apostava em superavit de R$ 3 bilhões. O governo tomou medidas de desoneração em excesso e a atividade econômica se manteve fraca. Mas o principal problema é que continua gastando demais. De janeiro a agosto, as despesas aumentaram 6,1% enquanto as receitas, apenas 2,5%”, afirmou.
Fonte: Correio Braziliense