Retração do PIB no terceiro trimestre coloca o país na última posição entre as maiores economias do mundo
A contração de 0,5% do Produto Interno Bruto no terceiro trimestre fez o Brasil apresentar o resultado mais fraco, no período, entre todos os países do G20. Segundo a Organização Internacional para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), além do Brasil, apenas a França mostrou retração, de 0,1%. O G20 é formado pelas 19 maiores economias do mundo mais a União Europeia.
De acordo com a OCDE, o PIB do bloco avançou 0,9% de julho a setembro, ligeiramente acima da expansão de 0,8% registrada nos três meses anteriores. Não foram incluídos na comparação três países — Rússia, Argentina e Arábia Saudita — que ainda não apresentaram dados sobre o terceiro trimestre.
A entidade avaliou que o mau desempenho do Brasil pode ter sido, em parte, uma consequência natural do crescimento robusto de 1,8% verificado de abril a junho. A mesma explicação foi apresentada pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, quando o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou os números no início deste mês. No entanto, outros países que vinham crescendo antes de forma acentuada mantiveram ou até ampliaram o nível de atividade no período seguinte.
É caso da China, que havia tido expansão de 1,9% no segundo trimestre e acelerou o ritmo para 2,2% no terceiro — a maior taxa entre todos os integrantes do G20. A Índia, que ocupou o segundo lugar entre os que mais cresceram, passou de 1% para 1,9%, e os Estados Unidos, de 0,6% para 0,9%.
A maior parte dos analistas espera que o Brasil volte a crescer no último trimestre do ano, mas em ritmo ainda lento, dada a pouca confiança dos empresários nas decisões do governo. Relatório divulgado ontem pelo Itaú Unibanco, estima que a economia avançou 0,3% em outubro, com alta mais disseminada que em meses anteriores. De acordo com os economistas do banco, o comércio e a indústria lideraram a expansão, mas a agropecuária voltou a cair.
Ritmo lento
Para novembro, os indicadores disponíveis apontam para recuo da produção industrial e ligeira queda das vendas no comércio. Mesmo assim, o PIB deverá crescer 0,3%. Segundo o Itaú Unibanco, a expansão do quarto trimestre pode chegar a 0,6%.
» Mal na foto
Crescimento da produção no período julho-setembro
China 2,2
Índia 1,9
Indonésia 1,3
Coreia do Sul 1,1
Turquia 0,9
Estados Unidos 0,9
México 0,8
Reino Unido 0,8
Canadá 0,7
Austrália 0,6
Alemanha 0,3
Japão 0,3
África do Sul 0,2
União Europeia 0,2
Itália 0
França -0,1
Brasil – 0,5
Total do G20 0,9
Fonte: OCDE
Correio Braziliense