O presidente do Banco CENTRAL (BC), ALEXANDRE TOMBINI, reiterou que o país está preparado para enfrentar a etapa de normalização das condições financeiras globais e tem capacidade de atravessar esse período com segurança.
“De fato, o forte fluxo de capitais que recebemos nos últimos meses, incluindo para ativos financeiros, é um sinal de confiança na qualidade das políticas adotadas”, afirmou TOMBINI em discurso ontem durante jantar na Câmara de Comércio Brasil Grã-Bretanha, em Londres. No evento, ele evitou comentários sobre inflação e condução da política monetária.
TOMBINI voltou a dizer que a reação do Brasil aos desafios apresentados por essa etapa tem sido clássica e robusta. “Nossa resposta, hoje, combina política macroeconômicas austeras, câmbio flutuante e o uso dos colchões de liquidez acumulados ao longo do tempo para suavizar as mudas de preços e garantir a estabilidade financeira.”
No discurso, o presidente do BC refutou a “falsa tese” de fragilidade generalizada dos emergentes em decorrência da retirada de estímulos monetários pelo Federal Reserve (Fed), Banco CENTRAL americano. Segundo TOMBINI, o realinhamento de preços não deve ser confundido com vulnerabilidade. A volatilidade dos mercados, afirmou, está entre as consequências desse processo de normalização.
TOMBINI ressaltou que o BC brasileiro foi um dos primeiros a refutar essa tese “simplista” e observou que o país se preparou para este momento. “O Brasil construiu, em particular, fundamentos econômicos e financeiros robustos de forma paciente nos anos bons”, disse, acrescentando que tais medidas tornaram a economia mais resistentes a choques externos.
No entanto, o país sabe que precisa combinar a manutenção de estabilidade a um aprofundamento da agenda de reformas, afirmou TOMBINI. Ele destacou que é necessário continuar aprimorando a capacitação do mercado de trabalho e a modernização e expansão da infraestrutura, contribuindo para maior investimento e melhora da produtividade”.
Para TOMBINI, a perspectiva para a economia global nos próximos anos é de crescimento mais forte e, se quiserem tirar proveito dessa melhora, “todos os países terão de revistar seus modelos de crescimento e desenvolvimento”. Segundo ele, está claro que o Brasil terá de lidar com já bem identificadas restrições de oferta para crescer mais rápido. (*Para o Valor)
Fonte: Valor Econômico