Cristiano Romero De Brasília
A presidente Dilma Rousseff acredita que as expectativas em relação à economia só vão melhorar em novembro, após as eleições. Confiante na vitória, ela quer ter, depois do pleito, um encontro com empresários – a maior parte deles, hoje, contrários à sua reeleição. Com essa postura, deixa claro que não vai antecipar o que pretende fazer na economia em um possível segundo mandato.
Essa estratégia difere daquelas adotadas pelos dois principais candidatos da oposição. Por causa do crescente clima de incerteza, Aécio Neves, do PSDB, não se comprometeu com políticas específicas, mas anunciou Armínio Fraga, ex-presidente do Banco CENTRAL (BC), como seu homem forte na economia. A indicação foi um sinal claro: uma gestão tucana será mais amigável aos mercados.
Eduardo Campos, candidato do PSB, fez algo diferente, embora com o mesmo propósito: não assumiu compromissos com nomes e, sim, com políticas, entre elas, a redução da meta de inflação.
A presidente já desistiu de melhorar as expectativas. Acredita que há uma profunda má vontade com seu governo.
Considera também que os próprios empresários queimaram as pontes de diálogo.
Sua resposta a Aécio e Eduardo, na campanha, virá na forma de desafio, mas a política econômica em si só será conhecida após a eleição, caso vença a disputa.
Dilma também decidiu consolidar algumas das políticas que adotou nos últimos anos e que são alvos de críticas dos mercados e da oposição. São elas: a desoneração da folha de pessoal de alguns setores da economia; a manutenção do IPI reduzido para setores de bens duráveis, como automóveis; a manutenção do subsídio do PSI (Programa de Sustentação dos Investimentos); e a criação de uma nova faixa de subsídio para o programa Minha Casa Minha Vida. “Isso vai obrigar a oposição a se posicionar sobre esses quatro temas”, observou uma fonte. Página A7
Fonte: Valor Econômico