Copom de amanhã deve manter taxa Selic a 11%

    Previsão de analistas é de que novo ciclo de alta da taxa só terá início em janeiro de 2015

    Banco CENTRAL pode reiniciar o ci­clo de aperto monetário da taxa bá­sica de juro na primeira reunião do colegiado em 2015. Na reunião que começa amanhã e termina nesta quarta-feira, o consenso do merca­do é de que o Comitê de política monetária (Copom) irá manter a Selic em 11% ao ano, e a mesma deve permanecer neste patamar até o final do ano. Os preços administrados represados devem ser os responsá­veis pela alta da taxa em janeiro.

    Para o economista do Banco Santander Cristiano Souza, o BC deve iniciar o ano com uma alta de 0,25 ponto porcentual e o mo­vimento deve continuar até a Selic chegar em 12,5%, em meados do ano, e se manter neste pata­mar até o final de 2015. Mesmo com a alta de juro, que deve impe­dir o avanço ou segurar a ativida­de econômica, o IPCA ainda deve ficar acima do teto da meta de in­flação, em 6,8% e 6,5% em 2016, ante as projeções do BC de 5,7% e 5,1%, respectivamente.

    De acordo com Souza, a infla­ção represada dos preços admi­nistrados é de 1,3 ponto porcentual, que será repassada até 2016. “Não dá para repassar rápido, po­de demorar dois anos, provavel­mente”, avalia. O profissional lembra que as bandas do sistema de meta de inflação têm o objeti­vo de suportar choques inespera­dos para cima ou para baixo.

    O analista da McM Consulto­res Antonio Madeira também concorda que a inflação irá se tor­nar mais relevante no ano que vem e não descarta a possibilida­de de alta da taxa básica no início do ano. Mas, segundo ele, o rit­mo vai depender de quem será o novo presidente da República.

    Para este ano, o fraco cresci­mento econômico e a inflação perto do teto não devem dar espa­ço para o BC promover novos ajus­tes da taxa básica. A equipe eco­nômica do Bradesco, em relató­rio, também confirma a manu­tenção. “Acreditamos em manu­tenção da taxa Selic em 11% ao ano, em linha com o consenso do mercado, diante da desacelera­ção da atividade doméstica, in­tensificada nos últimos meses”, afirmam os profissionais.

    O economista do Santander avalia que a fraca atividade eco­nômica seria motivo para o BC re­duzir a Selic, para estimular o consumo. No entanto, a alta da inflação não permite essa deci­são, pois o aumento do consumo poderia se reverter em mais alta da inflação.

    O economista-chefe da SulAmerica Investimentos, Newton Rosa, afirma que a taxa em 11% até o final do ano está em linha com o relatório de inflação do BC divulgado no último dia 26. De acordo como documento do BC, a taxa de juro deve permanecer nes­te patamar até 2015. Para este ano, a autoridade monetária aposta num crescimento do Produto In­terno Bruto (PIB) mais baixo, de 1,6%, com inflação mais alta, de 6,4%, próxima ao teto da meta de 6,5%. O executivo também pondera que os preços administrados são fatores de preocupação. Mas ressalta que o fraco ritmo da eco­nomia e a possível queda dos pre­ços livres podem absorver a alta dos administrados e impor menos pressão sobre a inflação, evitan­do, assim, alta da Selic.

    Enquanto o Brasil mantém sua taxa em mais de dois dígitos, no México, o Banco CENTRAL man­teve a taxa básica em 3% na sex­ta-feira, indicando ver sinais de melhora na economia. Mesmo as­sim, a autoridade monetária as­segurou que a economia está mais abaixo do potencial do que se esperava há alguns meses. Por isso, não vê pressão nos preços proveniente da demanda agrega­da. O Banco do México espera que a inflação caía a níveis próxi- mosde3%, meta oficial, a partir de janeiro de 2015. “Embora es­pere-se que como resultado do maior crescimento econômico o hiato do produto vá se fechando no horizonte relevante, este provavelmente continuará no terre­no negativo até o fim de 2015”. Com Reuters

     

    Fonte: Brasil Econômico

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