Economistas revisam PIB e falam em “recessão técnica”

    Por Juliana Elias | De São Paulo

    O IBC-Br, índice mensal de atividade econômica do Banco CENTRAL, apontou queda de 1,5% em junho ante maio e reforçou as especulações de que o Produto Interno Bruto (PIB) do país deve ter encerrado o segundo trimestre do ano em queda. Isso puxaria também para o campo negativo os números do primeiro trimestre e, dessa forma, colocaria o país em um quadro de recessão técnica.

    Pelo IBC-Br, divulgado na sexta-feira, a atividade no segundo trimestre foi 1,2% menor que no primeiro. Na quinta, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) já havia apontado queda nas vendas do comércio em junho. Com isso, vários economistas ajustaram suas contas para o PIB.

    A Rosenberg Associados, por exemplo, que aguardava 1,1% no ano, reduziu para 0,8%. O Banco Fator não mexeu na previsão do ano, também de 0,8%, mas, para o segundo trimestre, riscou de – 0,3% para – 0,6%. No primeiro trimestre, o PIB subiu 0,2%, mas é comum que o IBGE revise os dados quando divulga os novos, o que se dá basicamente por um rearranjo estatístico conforme as informações são atualizadas. Se as projeções se confirmarem, o resultado inicial de 0,2% deve cair para até – 0,2%, o que configuraria dois trimestres seguidos de retração, uma das formas teóricas de recessão.

    “Essa é uma notícia estatística”, diz Luís Otávio Leal, economista-chefe do Banco ABC Brasil. Segundo ele, o que retrata melhor a situação são os índices de confiança, e eles estão ruins. “Essa é a realidade, uma economia estagnada”.

    Thaís Zara, da Rosenberg, diz que alguns indicadores devem ter leve recuperação, como a produção industrial, mas, no geral, o resultado do terceiro e do último trimestre devem também ser de pouco mais que zero.

     

    Fonte: Valor Econômico

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