Balança vai mal em novembro e ano deve ter déficit

    A balança comercial registrou déficit de US$ 701 milhões na terceira semana de novembro, o que ampliou o saldo negativo no acumulado do mês para US$ 2,252 bilhões.

    O resultado, aquém do observado usualmente no mês, aponta para um cenário pior do que o esperado para o resultado final do comércio exterior em 2014. Nos últimos seis anos, apenas uma vez, em 2012, novembro teve resultado negativo na balança. Naquele ano, no entanto, o déficit no mês foi pequeno, de US$ 190 milhões.

    Para José Augusto de Castro, presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), os principais produtos da pauta exportadora estão com desempenho decepcionante no mês, ao passo que as importações de petróleo e derivados estão em nível elevado.

    No acumulado do ano, a balança registra déficit de US$ 4,123 bilhões, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento (Mdic).

    A previsão da associação é que a balança de bens tenha resultado negativo de US$ 4,7 bilhões em 2014, valor mais pessimista do que a média do mercado captada pelo boletim Focus divulgado ontem, que prevê saldo positivo de US$ 100 milhões para o comércio exterior brasileiro neste ano.

    Os preços das commodities não favorecem o desempenho das exportações em novembro. O preço médio da tonelada do minério de ferro, principal produto, está sendo vendido por US$ 56. No mês passado, estava em US$ 61. A soja, segundo produto mais exportado pelo Brasil , tampouco deve ser influência positiva, porque a safra do ano já foi embarcada. Em 2013 houve atraso nos embarques e novembro registrou vendas do grão.

    A exportação de petróleo e seus derivados cresce, mas a queda de preço no mercado internacional impede o setor de compensar o recuo observado em minério de ferro e soja. “Outros produtos agrícolas estão bem, como café, açúcar e carne. Mas não têm volume para compensar a perda com as outras commodities”, afirma Castro.

    Por outro lado, até a terceira semana de novembro, a média diária da importação de petróleo está em US$ 197,6 milhões, bem acima da média diária de US$ 130 milhões registrada em setembro.

    Para o analista, a Petrobras não está retardando registro de importações, como observado ao longo de 2013 e no primeiro semestre deste ano. A média diária de importação do setor ano passado foi de 156 milhões. “

     

    Fonte: Valor Econômico

    Matéria anteriorCrimeia vive um caos bancário
    Matéria seguinteDólar segue toada externa e avança