Indicativo de paralisação

    Os servidores continuam pressionando por reajuste em diferentes frentes. Eles temem que o governo repita o mesmo comportamento de 2012, quando postergou ao máximo as negociações e impôs o aumento de 15,8%, em três parcelas. Mal começou a abertura de diálogo com o Ministério do Planejamento, se preparam para uma possível paralisação. Ao fim da tarde de ontem, mais de 300 servidores da base da Confederação Nacional dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef, que representa 80% do funcionalismo público federal), de 24 estados, decidiram, por unanimidade, marcar assembleia em 30 de maio para debater o indicativo de greve geral a partir da primeira semana de junho. 

    “Estamos apenas preparando a categoria. Não queremos ser pegos de surpresa. Esse cronograma é apenas preventivo”, justificou Sérgio Ronaldo da Silva, secretário-geral da

    Condsef. Os protestos começaram bem cedo, ontem, terceiro e último dia da Jornada de Lutas dos Servidores. Manifestantes marcharam pelo Eixo Monumental até a porta do Palácio do Planalto, para entregar ao ministro Miguel Rossetto, da Secretaria-Geral da Presidência da República, um pedido de auxílio para que todas os compromissos que forem assumidos na campanha salarial de 2015 sejam cumpridos, ao contrário do que vem acontecendo nos últimos anos. 

    Segundo Josemilton Costa, diretor da Condsef, foram recebidos por José Lopez Feijó, assessor especial de Rosseto. “Ele prometeu acompanhar o processo de negociação que vai começar daqui a duas semanas no Planejamento. Disse, ainda, que nos dará uma resposta por escrito sobre o nosso pleito na semana que vem. Procuramos, também, o ministro Aloizio Mercadante, da Casa Civil. Por meio dos assessores dele, recebemos o mesmo aceno positivo. A intenção do ato é exatamente garantir que nenhum detalhe seja deixado para trás”, destacou Costa. 

    Ele considerou positivo o desfecho dos três dias da jornada. Entre os avanços, Costa apontou o reconhecimento dos 32 sindicatos, federações e confederações que fazem parte do Fórum de Servidores, como legítimos representantes dos servidores. E também a antecipação dos encontros com o Planejamento em quase um mês – de 20 demaio para 23 de abril. “Conquistamos ainda o direito de ter na mesa de negociação o secretário de gestão (Segep), Genildo Albuquerque, porque muita coisa decidida na Secretaria de Relações do Trabalho (SRT) acaba emperrando lá.”

     

    Fonte: Correio Braziliense

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