A sucessão de erros nas estimativas de inflação do Banco CENTRAL (BC) pode ser explicada pela falta de servidores capacitados para fazer esses cálculos ou ser um problema de gestão política. Essas são as avaliações do presidente do Sindicato Nacional dos Funcionários da autoridade monetária (Sinal), Daro Piffer. Ele reclamou que, desde 2008, a autarquia sofre com a carência de pessoal, em virtude do aumento do número de aposentadorias e da falta de concursos públicos para a reposição das vagas.
Ontem, o Correio mostrou que, desde 2007, quando passou a divulgar estimativas da evolução da inflação dos dois anos seguintes, a cada 10 projeções, a instituição errou nove. Além de não acertar, a autoridade monetária fazia previsões otimistas que apontavam para queda do custo de vida. Mas quase sempre o que se viu foi o contrário, e as apostas ficaram, em média, 1,2 ponto percentual abaixo da carestia medida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Erros
Piffer ressaltou que as previsões equivocadas podem ser uma evidência da falta de pessoal e de que o serviço não está sendo executado da maneira correta. “Todos os dados à disposição do BC não estão sendo devidamente analisados, e isso faz com que o número de erros aumente. Esse tipo de estimativa serve como base para tomada de decisão sobre o patamar em que ficará a Taxa Básica de Juros (Selic)”, comentou o presidente do Sinal.
Ele ainda destacou que outra explicação, além da falta de pessoal, é que a autoridade monetária estaria sujeita a pressões políticas para projetar taxas de inflação mais baixas de maneira proposital. O Banco CENTRAL se limitou a dizer que a informação do Sinal não procede.