O Plenário do Senado Federal aprovou, na noite desta terça-feira, 7 de junho, a indicação de Ilan Goldfajn para a Presidência do Banco Central. A decisão do pleno chancela o entendimento da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) da Casa, que, mais cedo sabatinou o economista.

Ao contrário do que podia se esperar, a sabatina ocorreu sem contraposições mais incisivas dos parlamentares. Questionamentos sobre assuntos macro da política monetária e econômica ditaram a tônica do debate. Em suma, Goldfajn ressaltou a necessidade de diminuição das incertezas, aumento de confiança e convergência da inflação à meta estabelecida. Respostas já esperadas e quase que protocolares.

Perguntado sobre o grau de soberania do BC na gestão da política monetária, o indicado à Presidência se mostrou favorável à autonomia técnico-operacional, onde o governo define os objetivos a serem alcançados e a Autarquia tem a liberdade de tomar as ações necessárias para a efetivação do planejamento.

A senadora Vanessa Graziotin (PCdoB/AM) questionou Goldfajn sobre o possível conflito de interesses ao qual estaria sujeito, no caso de assumir a cadeira. O economista respondeu apenas que pretende trabalhar de maneira técnica, de modo a promover as ações necessárias para a retomada do crescimento e bom andamento da missão institucional. Incitado a responder a respeito do alto spread bancário praticado no país, o indicado observou apenas que deve-se prosseguir com um projeto de redução.

Alguns parlamentares levaram à pauta o debate sobre a responsabilidade do BC com a geração e manutenção de empregos, atribuição inerente a outros bancos centrais pelo mundo. Segundo Goldfajn, a promoção de crescimento sustentável, aliado à baixa inflação e solidez monetária são ferramentas eficazes para garantir pleno emprego para a população brasileira.

Ainda com a sabatina em curso, e sob protestos de alguns senadores, a deliberação foi iniciada e diversos parlamentares registraram seus votos, antes mesmo da sessão de questionamentos se encerrar. No fim, o placar indicou 19 votos favoráveis a 8 contrários à aprovação do nome de Goldfajn.

Daro Piffer, presidente nacional, Jordan Alisson, diretor de Assuntos Jurídicos, e Paulo Lino, diretor de Relações Externas do Sinal, acompanharam a sessão no plenário da CAE, representando o corpo funcional da Autarquia e negociando espaço para apresentar demandas internas.