Edição 189 – 15/12/2016

Palavra do Filiado


Sugiro que vocês realizem uma pesquisa para conhecer quantos filiados gostam dos presentes de fim de ano do Sinal!

Pedro Prado, de São Paulo


Recebi há alguns dias um livro FÍSICO com o título “Um Sinal na História” do Sinal, de capa dura, colorido, ótima qualidade de papel, e com uma embalagem tão bonita que o fogo da imagem quase parece real, colocando minha dissertação de mestrado no chinelo, a qual na época que mandei para gráfica não foi nenhuma pechincha não.

Eu me pergunto: quais seriam as possíveis justificativas para que SERVIDORES DO BANCO CENTRAL DO BRASIL, com um nível de instrução e noção financeira consideravelmente melhor que a média, incumbidos de dirigir o SINAL, concordassem com esse desperdício?

Vou elencar aqui algumas justificativas que vieram à mente, mas vou poupar-lhes de uma sinceridade deselegante:

– Ou os dirigentes do Sinal não estão nem aí para o dinheiro das contribuições que pagamos, a qual já achamos bastante caras;

– Ou estes simplesmente jogaram no lixo todo o seu cabedal de conhecimento e bom senso, e se apoiaram em justificativas ultrapassadas (o que duvido, sendo que já estamos em 2016, bem além do início da era digital);

– Ou estão pensando em me devolver o dinheiro gasto com esse livro após eu me manifestar contra, com a atitude ingênuo ou mesmo debochada de acreditar que isso seria suficiente para mim;

– Ou estão demasiadamente convivendo com políticos e aprenderam que o saldo das despesas orçadas deve ser atingido, porque diminuir impostos e contribuições não é algo que deva ser pensado;

– Ou outras tantas possibilidades menos dignas de nota.

É evidente que para alguns de vocês isso possa parecer um exagero.. mas eu me contive muito nos meus comentários, e medidas absurdas merecem comentários à altura.

Não vejo razão para isso… razão alguma.. entenderia se esse livro fosse disponibilizado em meio digital, e se fosse dada a opção para que os servidores interessados na versão física pudessem comprá-la – considerando ainda que mesmo assim horas de trabalho seriam gastas pela equipe do Sinal ou por um terceirizado, gerando custos, o que já me incomoda, mas tolero.

Não me parece que vocês estejam de fato preocupados com o número de filiações de servidores do BCB, pelo menos medidas como essas não encontrariam respaldo na grande maioria do BCB.

Estive em um churrasco na semana passado do SINAL, e não me espantei em ter a sensação de que a maioria das pessoas lá presentes como contribuintes do Sinal era composta por aposentados.

O Sinal e suas medidas tem caminhado para um sindicato representativo de uma maioria de aposentados e uma minoria de ativos que mingua aos poucos; ou mesmo para um local onde servidores decidem ingressar com intenções de projeção política, passando a falar como representante dos servidores do BCB mas apenas representando as próprias ideias ou de seu grupo de apoiadores. Neste último caso teríamos a pior situação, pois nem os aposentados seriam de fato representados.

Perdoem-me se lhes pareço ofensivo. Mas apenas retrato o que as vossas atitudes tem me levado a pensar. Evidentemente que nem todos se enquadrariam todos os comentários, podem mesmo estar lutando contra tudo que pontuei acima e com o que mesmo poderia ser inferido sobre o que penso ou além do que imaginaria. O esforço pelo coletivo do corpo de servidores do BC é digno de reconhecimento e respeito, mas a displicência, a ingerência, o personalismo, a falta de bom senso, o deboche, dentro outros termos relacionados a atitudes individualistas, são dignas de reproche.

Pode parecer pouco, mas parafraseando um ditado comum, com conotação diferente e perspectiva oposta: as grandes essências estão nos pequenos frascos.

Espero que reflitam sem antipatias, pois meu manifesto é para o todo. E já que não houve uma pesquisa de opinião minimamente pública antes desse desperdício, houve uma opção implícita por parte do Sinal de ouvir a opinião por e-mail dos poucos insatisfeitos que se manifestam entre os tantos que toleram.

Jackson Abrahão, de Brasília

Apito Brasil: o custo de impressão e distribuição de Um Sinal na História não ultrapassou os R$ 7,00 para cada filiado. A existência do exemplar físico, além de contemplar muitos dos partícipes da construção do sindicato dos funcionários do Banco Central, permitiu atender a pedidos de diversas bibliotecas, entre elas as da Câmara Federal e do Congresso dos Estados Unidos da América.

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