Edição 64 – 13/4/2017

Flexibilização da Jornada de Trabalho no BCB: Audiência Pública, Já!


Temos insistido, publicamente, pela realização de Audiência Pública antes da implementação do Modelo de Flexibilização proposto pelo Banco Central.

Até o presente momento, a Diretoria do BCB se recusa a realizá-la, sob o argumento de que não haverá controle de frequência. E isso apesar de o diretor de Administração haver se comprometido, por diversas vezes, de público, a colocar em debate, por intermédio de Audiência Pública, antes de sua aplicação, o Modelo de Flexibilização da Jornada de Trabalho. (Apito Brasil 60).

Adicionalmente a isso, o chefe do Depes, recentemente, informou: “A medida será seguida de outras, cujos estudos estão em fase de conclusão, como as novas propostas de teletrabalho, de mobilidade e de concorrência…”. (Veja aqui em matéria do Conexão Real).

Flexibilização da Jornada de Trabalho, Teletrabalho, Mobilidade, Concorrência, tudo isso se constitui em mecanismos de Gestão do Trabalho de interesse central para todo e qualquer servidor do Banco, mecanismos esses sobre os quais existem diversos Modelos, aplicados no Brasil e no exterior, em organizações privadas e públicas.

Por que então não colocar o assunto em Audiência Pública, a qual possibilita que diferentes visões a respeito de tais instrumentos de Gestão de Pessoas sejam apresentadas e debatidas pelos funcionários, que contam, como é amplamente sabido, com reconhecida capacidade de reflexão e proposição?

É, portanto, um péssimo começo, implementar o controle pela “catraca”, sem diálogo, sem troca de opiniões, sem ouvir sugestões a respeito de um assunto que é de vital importância para a Qualidade de Vida no Trabalho do funcionalismo do BCB.

Lembremos que ouvir as partes interessadas é praxe na produção de normas aplicáveis ao Sistema Financeiro Nacional, seja para o aperfeiçoamento das relações dos bancos entre si ou com a sociedade em geral.

O Sinal, assim sendo, exige que os servidores do Banco contem, por parte de sua Direção, com o mesmo tratamento respeitoso com o qual ela se relaciona com as instituições reguladas e fiscalizadas.

Qual o receio em ouvir o servidor do Banco Central?

Até quando a Administração Central do Banco vai se comportar tal qual a Esfinge, com o seu silêncio, o seu “Decifra-me ou te devoro”, o seu comportamento não dialogal com quem edifica, no dia-a-dia de seu trabalho, o BCB?

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