CAMPEONATOS DE GASTRONOMIA

             Foi noticiado pelo suplemento “Comida” da Folha-SP, que será realizada uma “Copa do Mundo do Sorvete” em São Paulo. O evento irá acontecer no próximo verão, aproveitando a presença no Brasil do sorveteiro italiano Sérgio Dondoli, bicampeão mundial da especialidade, que ministrará cursos sobre sua arte.             Depois de ler a matéria, pensei em organizar em Friburgo, campeoantos de gastronnomia, com algumas das minhas preferências. As decisões sobre os vencedores ficariam a cargo de júris especializados, dos quais, obrigatoriamente, eu faria parte.             Como entrada, promoveria um torneio “relâmpago”, turno e returno, todos contra todos, de cachorros-quentes.  Concorreriam os de lingüiça, salsicha e carne moída com os respectivos molhos e acompanhamentos (milho, ervilha, batata palha, etc.). O campeão seria diplomado “pos mortem”” pela minha mãe, cujo cachorro quente de carne moída, lingüiça, salsicha e molho de cebola, tomate e pimentão, quase cru, “tudo junto” no pão francês, ganharia qualquer disputa.               O churrasco exigiria uma olimpíada, com provas eliminatórias, porque certamente provocaria a inscrição de uma infinidade de churrasqueiros profissionais e amadores que seriam divididos em categorias. Para o melhor churrasco de “picanha no bafo”, por exemplo, a premiação seria através da distribuição de diplomas para o primeiros, o segundos e terceiro lugar. Da mesma forma para as demais categorias, como alcatra, chuleta, lingüiça, coração, asa de frango, costela em churrasqueira de tijolo, “pão com alho”, banana d”água ou abacaxi na brasa, etc.             O campeonato de sopas de inverno teria as regras do “Brasileirão”. Cada vitória valeria três pontos e os empates somariam um ponto para cada. Todas contra todas. Seria diplomada campeã a sopa que no final somasse mais pontos. Concorreria qualquer tipo de sopa: de legumes, caldo verde, canja, de feijão, batata baroa, abóbora, tomate, ervilha. Enfim, todas que se apresentassem.           O torneio de massas seria como a “Copa do Brasil”. A diferença é que seria em apenas um “jogo”. Quem perder seria eliminado. As vencedoras se enfrentariam até surgir a campeã. Concorreriam todos os tipos de massas, além das mais tradicionais: Espaguete x Talharim, Inhoque x Lasanha, Ravioli x Canelone, Penne x Parafuso.                     O certame entre os arrozes seria dividido em duas chaves. Na chave “A”: risotos de camarão, bacalhau, palmito, queijo, carne e frutos do mar. Na chave “B”: arroz à grega, o de forno, com brócolis, com bacalhau e “de Braga” (repolho). A final seria entre os campeões de cada chave.             O campeonato de sorvetes também seria dividido em categorias: exóticos: pétalas de rosa, cupuaçu, graviola, açaí, tapioca, queijo com goiabada. Italianos: pistache, avelã, mirtilo, menta, café. E os tradicionais: baunilha, creme, chocolate, morango, côco, flocos. Os diet”s disputariam a segunda divisão, pelo simples motivo de que nenhum sabor merece a primeira divisão.              O calendário das disputas abriria com o torneio de cachorro- quente e fecharia, de forma apoteótica, com o campeonato de sorvetes. Isso porque concordo com o Roberto Carlos quando diz que as três melhores coisas da vida são: sexo com amor, sexo e sorvete.

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