COMO TUDO COMEÇOU

    Eu creio já ter comentado anteriormente sobre este assunto mas vou repetir agora com mais detalhes. Foi no ano de 2001 que minha falecida esposa e nossos sobrinhos Márcio e Glauco me empurraram literalmente para um computador. Eu tinha horror desta parafernália, não abria mão de minha máquina de escrever Praxis – 20.  Entretanto acabei me convencendo de que no computador eu poderia escrever meus textos com mais recursos e, pela  internet, divulgar de forma bem mais ampla o que eu escrevia, em prosa e em verso. Ganhara até então alguns bons prêmios em concursos literários e já começava a formar o meu “currículo” para apresentar a alguns espaços chamados sites literários. Foi no começo do ano 2001 que me acolheram muito bem, tanto a boa amiga Irene Serra, do “Rio Total”, como Leila Mícollis, de “Blocos”. Ambas me incentivaram e muito a escrever, digamos, publicamente, outra vez, através de seus espaços virtuais. Aceitei o desafio e assim tudo começou. Alguns anos depois me retirei de “Blocos”, por decisão pessoal. Outros sites acabaram por me convidar e quando me dei conta abrira um leque grande demais de compromissos. Aos poucos fui deixando de escrever para um e outro espaço mantendo-me fiel, porém, ao Rio Total, onde estou já há sete anos e meio e que considero minha “casa literária.” Sou também colunista semanal do site do SINAL – Sindicato dos Funcionários do BACEN, já há cerca de uns cinco anos: (http://www.sinal.org.br)A convite da outra amiga, poeta e escritora, Vânia Dinis, tenho colaborado em mais uma de suas realizações, o “Jornal Ecos”, temporariamente sem edições. Vânia é também um exemplo de pessoa solidária, amiga, daquelas que o sucesso dignifica, mas não a enfatua. Logo que comecei a aparecer no coojornal, em janeiro/2001, fiquei feliz ao receber as primeiras mensagens de amigos que comentavam os meus escritos. Leitores que eu não conhecia e que também escreviam em outros sites passaram igualmente a fazer comentários. Aquele apoio, junto com a amizade e o incentivo permanente e fiel de Irene Serra, foi fundamental a este “calouro” que tentava se firmar. Eu tinha então 63 anos de idade. Veio-me a idéia de criar um tipo de convite, que mantenho até hoje, para anunciar, aos amigos que me prestigiavam, cada crônica nova que eu lançava. Nele, entretanto, eu não falo apenas de mim, mas promovo o site em que escrevo e convido os amigos a lerem os demais autores, no caso, do coojornal, o que faço permanentemente a cada semana.   Sempre considerei que somos todos parceiros, jamais concorrentes. Esta visão eu deploro e condeno. Assim sendo, já escrevi algumas crônicas a quatro mãos, sem nenhum constrangimento, realçando o trabalho do outro, seja ele do mesmo site ou não. Julgo este tipo de convivência não só importante como essencial. Empolgado com a repercussão dos meus convites que estavam sendo bem aceitos criei também uma pasta, no computador, que visa a guardar os “Comentários de Leitores”. A primeira delas eu arquivei num CD quando atingiu os 8 megas de comentários.  Hoje tenho uma segunda que, no momento em que escrevo esta, abriga 1.715 mensagens sobre o meu trabalho, perfazendo um total de 22,4 megas.  Isso me dá muita satisfação. Acredito que o reflexo positivo do nosso relacionamento com os que nos lêem se deva ao fato de que jamais deixei sem uma palavra quem a mim se dirige. Julgo ser uma natural obrigação de quem escreve, embora saiba que nem todos que escrevem tenham a mesma opinião. Tudo bem.  Nesta segunda pasta realço que se encontram comentários de 137 leitores. Alguns costumam ser muito assíduos na leitura e no se comunicar, outros escrevem uma vez ou outra, e há os que de repente somem sem dar mais notícias. Como me sinto amigo de todos acabo por ficar preocupado com esses.  Uns poucos faleceram, infelizmente.O amigo leitor que tem o maior número de comentários, colaborando seriamente comigo e me incentivando a prosseguir sempre, está no topo da lista com 139 comentários, porém há mais seis que estão, digamos, cabeça a cabeça com ele, “disputando” esta liderança, o que me faz ainda mais feliz. Isto só na segunda pasta.      Da primeira fase do meu trabalho houve quem escrevesse muito, apresentasse várias e importantes sugestões, até quanto ao formato dos meus textos, mas depois optou por não mais comentar sob a desculpa, com a qual não concordo, de que não mais se sente “competente para fazer juízo dos meus escritos”. Modéstia dele. Me escreve rotineiramente porém não mais faz comentários. Lamento.  Deixo de nominá-los pois respeito a todos e a todos sou grato pelo apoio e incentivo permanente. Até hoje, dia 11.06.2007, tenho um total de 490 crônicas divulgadas, desde janeiro/2001. Sem contar as poesias.   Fantástico é perceber a penetração, por exemplo, do coojornal do Rio Total, assim como outros. Quando me escrevem até do exterior sinto o alcance do nosso trabalho, digo, de todos nós que escrevemos pela Internet. Ocorre que a maioria que nos lê não comenta. Quanto ao Brasil sei que é comum leitores não se comunicarem com quem escreve, mas na Europa isto é mais rotineiro. Entretanto estamos mudando isso. Dos extremos, confesso já ter recebido mensagens tanto de Manaus como de Passo Fundo e São Borja, no Rio Grande do Sul. Esta integração e este convívio com leitores através de comentários muito me animou a prosseguir, depois de algumas decepções que o espaço virtual andou me proporcionando anos atrás. Faz parte da vida.Muito importante para quem se dedica a escrever nesta internet é também o apoio de divulgação de nossos trabalhos que fazem algumas outras pessoas. Esta solidariedade, como digo, é mesmo fundamental para o alargamento do horizonte até onde chegam os nossos escritos. Pessoas encantadoras que deixo de citar aqui também para não ser injusto com alguém que eu possa esquecer de relacionar. Obrigado a todas. Costumo dizer que sou um esforçado aprendiz de escritor e de poeta, sem me considerar um intelectual, o que realmente não sou. Aliás, este rótulo não me faz falta, até porque a maioria das pessoas que se dedicam a escrever, de uma maneira geral, também não o são. Pelo menos julgo assim.  Deixo claro que não tenho nada contra os que se consideram, e realmente o são,  intelectuais. Parabéns a todos.  Apenas ocorre que escrevo porque gosto de o fazer, sem maiores pretensões. Herdei o gosto pela escrita do meu pai português, ele que foi meu incentivador e crítico, ali pelos meus 17 anos, anos 50, quando comecei a escrever crônicas que eu mesmo lia ao microfone da Rádio Marajoara de Belém do Pará, profissionalmente. E tenho dito, amigos e amigas.

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