DE VOLTA AO RIO DE JANEIRO, EM NOVEMBRO

    Quase sempre quando venho ao Rio passar umas duas semanas me ocorre escrever algo sobre a chegada ou a minha estada. Agora não será diferente. Então vamos lá. Amigos e amigas, apertem os cintos e venham comigo, por favor.Na estrada, afinal, nada de muito novo. O pedágio da Via Lagos que subira há poucos meses, teve novo aumento. E o trecho maior daquela estrada privatizada continua sem… acostamento, acreditam? São 35 quilômetros, os outros 20 quilômetros pelo menos o têm. Pois é, estrada…privatizada… No sábado pagamos R$ 11,50 e na vez anterior, faz uns 4 meses, pagáramos R$ 10,80. Hoje custa quase US$ 6 o pedágio. No mais só muita gente avançando demais a velocidade permitida. Cada ano morre muito mais gente por imprudência de motoristas, do que pelo estado das estradas. Fazem campanhas que não comovem os maus condutores de veículos e então haja exageros ao volante. Mesmo andando a 100 km/hora pareço uma tartaruga!!Na Br-101 é visível que as recentes obras de “restauração” não adiantaram muito. Buracos começam a ressurgir e o asfalto a rachar. Nem os mando aprender a técnica de construir estradas com os europeus porque o motivo não é falta de conhecimento, mas sim uma imensa falta de vergonha na cara e de respeito aos contribuintes. No final da estrada Manilha Niterói continua lá uma obra que já dura cerca de 6 meses, e ainda vai demorar mais, pelo visto. Afinal levaram décadas para se decidir a consertar o que, de há muito, já estava não resistindo mais ao trânsito que por ali passa diariamente. Quanto a nós, paciência, o negócio foi ligar o som, o ar condicionado, relaxar e aproveitar o congestionamento. Só rindo, mesmo…Era sábado de tarde e já entrávamos pela Avenida Atlântica, em Copacabana. Gosto de dar aquela volta toda, mas ter o prazer de ver o mar até quase chegar na minha rua, em Ipanema. Ir pelo túnel Rebouças é meio sufocante, arriscado atualmente, e afinal nunca estamos com essa pressa toda para chegar mais cedo em casa.Reparo que terminou o CD instrumental que estava tocando. Retiro-o e resolvo sintonizar alguma rádio de FM. É, alguma rádio, aleatoriamente. É feita a busca e de repente escutamos aquilo… num ritmo meio pagode meio funk, um jovem “canta”: “Você é muito safadinha…” Ao que a jovem acrescenta: “Eu quero tomar na b…….” !!! Olhei para Marlene e ela para mim, incrédulos, felizmente os cachorrinhos estavam dormindo. Eram apenas 4 horas da tarde. Pedi um cafezinho à Marlene!Diante do nosso espanto, da nossa surpresa, nada fizemos de imediato, então a tal “jovem cantora” continuou a expectorar (ou seria escarrar?!)) aquele meio defecatório desejo às avessas!! Desculpem, mas estou sendo o mais educado e fiel na descrição do que quero que entendam sem os agredir com palavras chulas. Perceberam? Antigamente rádio FM era garantia de boa musica, porém hoje… Alguns dizem que este tipo de “música” é pura manifestação popular… Meu Deus, então estamos muito mal, ou será mais uma invencionice daqueles que costumam nos tentar impor modismos vários, por mais absurdos e de mau gosto que sejam? Chegamos em casa ainda por volta das 16:30 horas. Touche e Safirinha acordaram com a corda toda, ou com as cordas “vocais” à toda. O nosso fiel escudeiro, o Heleno, nosso zelador, como sempre, nos ajudou e muito no trazer toda a bagagem pra cima. Depois foi um tal de rasgar papel, ler correspondências, contas pagas e a pagar, revistas diversas, oferecimentos de todo tipo… estávamos em casa, ou na outra casa.À noite, um frio fora de época que nos obrigou a usar cobertor. Hoje, domingo, quando escrevo isto, decidimos ir almoçar novamente aqui perto, num restaurante self-service da melhor qualidade. É o “Kilograma de Ipanema”. Telefone: 3289-5400. Uma recepção principesca, ar condicionado muito bem dosado, uma variedade incrível de pratos para todo gosto. E as sobremesas?! Hummmmm…  Recomendo.Saímos de lá e fomos andar um pouco. Uma rápida visita às Lojas Americanas, entupida de artigos para o Natal. Papai Noel de todo tamanho e de todo tipo, assim como de todos os preços, para todos os bolsos e gostos natalinos. Desculpem mas não sou muito chegado às festas do Natal. As músicas me deprimem. É coisa antiga.Depois paramos na primeira banca de jornais e vejo a revista Carta Capital, de que gosto muito, com uma foto, na capa, daquele boneco da revista “Mad”, americana, tendo o rosto adaptado para o do Bush… chorando. A manchete diz: “Quem semeia vento…” Logo abaixo lê-se: “Bush e os republicanos perdem a guerra do Iraque e as eleições nos EUA.” Como esperei por este momento. Comprei a revista.Lembro que logo que Bush invadiu o Iraque eu disse ao amigo, síndico do meu prédio, que aquela “aventura” poderia sair caro para eles. E afirmei mesmo que havia o risco de o vexame ser igual ou maior do que os americanos tiveram que suportar quando da guerra no Vietnã. Pena que ele, mesmo defendendo a invasão, não aceitou a aposta.Quando voltávamos à casa passamos pelas esquinas da Aníbal de Mendonça com a Barão da Torre e também com a nossa Redentor. Em ambas há restaurantes de primeira linha. Coisa para ricos e/ou milionários. Seus carros, sempre importados, continuam a ser estacionados como melhor interesse aos manobristas daquelas casas. Nenhum respeito às leis do trânsito ou aos direitos dos cidadãos que passam por ali.Os guardas municipais sequer vão até perto daqueles locais. O mesmo de sempre. O que fica mais perto de nós é o tal de “Gero”, filial de outro de S. Paulo. Diz um amigo meu, bastante rico, que sua arquitetura é algo fantástico. Minha opinião de leigo? Aquilo mais parece uma prisão, com tijolos expostos, afeados com o tempo, e de um mau gosto que, se insisto na opinião, vão pensar que tenho preconceito contra os ricaços. Mas um dia eles ainda vão nos cobrar “pedágio” por passarmos à sua porta! Estamos no Rio de Janeiro.

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