“EQUILIBRADINHO DA SILVA”

    Como parece que agradou a história do Bira, servidor aposentado do BC, vou tentar reproduzir duas outras passagens que são assinadas por esse autêntico ídolo. A VIZINHA QUE NÃO VESTE PRADABira e seu cunhado Bileco, acompanhados por rios de cerveja, gostavam de produzir uma comilança dominical na casa do segundo, que começava cedo e só acabava lá pelas sete da noite, com ambos já mais para lá do que para cá.Um belo domingo de sol, sentaram-se os dois à mesa e para o espanto geral, almoçaram bem depressa, levantaram-se sumiram na poeira. Só que a esposa do Bira,  conhecendo a peça”, desconfiou  e foi procurar os fujões.Olhou em todos os cômodos e nada. Foi ai que teve a idéia de dar uma espiada ao redor da casa. Encontrou-os num dos corredores laterais, trepados num caixote, espionando por cima do muro a casa ao lado onde, segundo a vizinhança, morava uma loura que tinha o hábito de trocar de roupa de janela aberta.A esposa já ia se preparando para começar a bronca, quando o Bira a interrompeu colocando o indicador em cima dos lábios e dizendo: “SIUUU! PSIUUU! Não faz barulho! Ela (a loura) pode ouvir e fechar a janela, pô!”A PINGUELA E O VENTILADOR Ainda morador da Baixada Fluminense, o último obstáculo do Bira para chegar em casa era atravessar uma estreita ponte de madeira improvisada, sem proteções laterais, com a qual disputava quem balançava mais.Toda noite a preocupação dos seus amigos era saber como teria sido a travessia da ponte depois da cervejada. Só ficavam sabendo no dia seguinte pelo próprio. Sempre dizia que depois de dormir na viagem, tinha ficado sóbrio e havia atravessado a pinguela sem problemas.Só que numa sexta-feira, ele e mais um companheiro tomaram todas e mais algumas, terminando à noite literalmente “tortos”. Na segunda-feira, explicou tranquilamente como fora a chegada em casa: “Sem problemas. Aquela pinguela não me engana não. Eu sei qual é o lado dela que balança mais. Aí coloco a minha bolsa no outro lado do ombro para compensar e atravesso reto. Equilibradinho da Silva”.O que ele admitiu para poucos é que naquela cervejada a dois, tanto ele como o seu companheiro estavam levando para casa as encomendas das digníssimas esposas Ele, dois quilos de café e o companheiro um ventilador novinho. Contudo, quando o álcool fez efeito, sem nenhum motivo aparente, resolveram  trocar de encomendas..Se ele contou para esposa sobre a troca do café pelo ventilador? Claro que não! Seria pior ainda!Justiça seja feita: até que ele tentou imaginar mil desculpas para chegar em casa de mãos vazias.  Mas, era “batom na cueca”. Não havia justificativa para cachaçada e a falta da encomenda.E o que aconteceu com o ventilador? Com o teor etílico nas alturas, a ponte balançou muito mais do que o habitual, e, entre cair no rio abraçado com o ventilador para "salvá-lo" ou atravessar de quatro a ponte para manter o equilíbrio e deixar o ventilador ser levado pela correnteza, optou pela segunda hipótese.

    Matéria anteriorFELICIDADE OU EUFORIA?
    Matéria seguinteÓRFÃO DE CORAÇÃO?