MARLENE X EMILINHA

                    As pesquisas demonstram que a peleja presidencial em outubro pode estar entre as candidaturas Dilma x Serra.                 Sempre que tomo conhecimento de alguma disputa, lembro que, na minha adolescência havia a quase obrigatoriedade do posicionamento entre uma e outra corrente de opinião.                 No lado masculino, era praticamente obrigatório começar a fumar. Os “duros” iniciavam com Continental. Os abastados com Carlton. Passado algum tempo, a maioria se dividia entre os que preferiam o Minister e os seguidores do Hollywood.                 Dedicadas às adolescentes, as revistas “Sétimo Céu” e “Capricho” disputavam a liderança das fotonovelas. A leitura não era privilégio das meninas. Eu que o diga.                 Nos “arrastas, uns queriam ouvir os Beatles e outros os Rolling Stones. Se a querela fosse a MPB,  os adeptos da Bossa Nova e os da Jovem Guarda jamais chegavam a um acordo.                Nesses bailes os freqüentadores se dividiam entre os que vestiam calças Lee ou  Lewis e havia a disputa pelas bebidas de preferência. Do lado feminino, duas “coqueluches”: Fanta x Grapete e Coca x Guaraná. Do lado masculino, apenas Hi-Fi  x Cuba Libre.                 No futebol, os temas recorrentes eram qual o time e o melhor futebolista: se Santos ou Botafogo e se Pelé ou Garrincha. E os cervejeiros se dividiam entre a Brahma e a Antarctica.                 A disputa chegava à leitura dos jornais: quem era de direita lia O Globo.  Quem tinha idéias de esquerda a Última Hora.  E no rádio a disputa era entre a Nacional e a Mayrin Veiga. Até na discussão entre os jornais “honestos” havia dualidade: se o JB ou Correio da Manhã.Os que já possuíam aparelhos de televisão dividiam sua preferência entre a TV Tupi e a TV Rio. Contudo, houve um tempo que a TV Excelsior monopolizou  toda a audiência.                 Minha adolescência aconteceu em plena ditadura, portanto, distante do livre debate político. Assim a discussão que tomava conta do país era a eterna rivalidade pelo título de “Rainha do Rádio”, entre as favoritas da Marinha e a da Aeronáutica.                   Quando penso no pleito entre Serra e Dilma de domingo, acho que preferia estar escolhendo entre Marlene e Emilinha.

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