… MAS PODERÁ SEMPRE SER HONESTO.

    “Já escrevi enaltecendo o lado bom da net, daqueles que trabalham sério, que dão muito de si, superam sacrifícios pessoais para manter acesa a chama de um ideal, que, na criação, se realizam, sejam poetas, prosadores, webdesigners, etc. A estes sempre rendi o melhor da minha modesta, mas sempre sincera homenagem. Honra-me ter vários amigos e amigas nesse grupo a que me refiro acima. Igualmente já fui crítico severo do que se convencionou chamar o “lado podre” desse mesmo espaço virtual. Já tive alegrias e já amarguei decepções que quase me levaram a desistir da empreitada de continuar a escrever para sites literários. Já sofri ataques pessoais do mais baixo nível vindos de pessoas que não admitem o diálogo, divergências de opinião, etc. Não fui nenhum “privilegiado”, pois conheço outros casos acontecidos com amigos meus.  Já me bati contra o crescimento de “spams” de toda espécie, que invadem nossa telinha sem nenhuma cerimônia, alguns que, para além do lado comercial, são verdadeiras ofensas, pois não selecionam seus destinatários e nos enviam informações que nada têm a ver com o nosso trabalho, por demais conhecido, na mesma net, onde caçam os nossos e-mails impunemente. Todavia, algo bastante sério anda quase se tornando rotina de uns tempos para cá. Proliferam-se casos de plágios, ou cópias, ou uso indevido de nomes e de poesias de terceiros,  na net, em certos “bloggs”, conforme várias denúncias…” —  Amigos, até aqui é como estava o texto original da crônica que eu escrevera com o título de “Paraíso de Plagiários”. Decidi depois mudar de atitude. Explico a seguir. Vim colecionando denúncias, acompanhando e visitando este e aquele espaço onde diziam estar lá suas poesias com nomes de outros autores. E era verdade, pois era. Soube de atitudes nada amistosas entre os verdadeiros autores e aqueles que usavam seus trabalhos sem sua autorização e até dando autoria com nomes diferentes dos verdadeiros. Aí pensei: vou escrever sobre o assunto, ah vou. Escrevi.  Antes de divulgar a crônica uns amigos, pessoas por quem tenho a maior admiração e respeito, que trabalham sério e nada têm a ver com isso, dirigiram-se a mim pedindo “cautela”, “prudência”, “calma”, etc. Estavam, sinceramente, preocupados comigo.  Claro que se não fossem pessoas sérias, gente com talento que trabalha, e muito, em prol do melhor da literatura, eu não teria dado ouvido ao que me diziam.  Então repensei, ponderei, revi as denúncias, voltei aos espaços citados, cocei a cabeça diversas vezes, bocejei até tarde da noite quase perdendo o sono, e lá pelas tantas eis que… “Eureka”… Vi a luz apagada no final do túnel… Emudeceu meu raciocínio… Afinal, já tenho que aturar diariamente tantos e tantos spams, de todo tipo e tamanho. Se peço que não mais me remetam, a mensagem volta dizendo que eles não existem… pois, mas me mandaram o spam!! Como pode?? E tome sugestão de como “aumentar o seu pênis em 7 cms…”, de como “… “burlar a lei evitando pagar as multas no trânsito…”, de como… “aprender a fazer mágicas”… de como  (esta é incrível, mas vem sempre atualmente) … “se defender contra os indesejáveis spams…” com eles me mandando o seu próprio… spam!! Grrr… Uma enxurrada diária de spams, e eu a deletar, um por um. E quando peço ajuda ao meu provedor, o Terra, eles, com a maior boa vontade, me sugerem procedimentos que eu desconheço, que não sei como executar, porque sou apenas um “aprendiz” de escritor e de poeta, e não um entendido em informática. Mandam uma rotina a cumprir para que eles possam eventualmente tentar me ajudar… tão bonzinhos!! Desisto, e vou deletando dezenas de spams diariamente, sozinho, porque com ajuda complicada assim, é preferível agir só. Curioso que alguns desses spams vêm trazendo, como provedor, justamente o meu… o Terra!! Eles dizem nada saber e desconhecer o assunto. Aí tome mais sugestões de “providências”… e eu chuto a mesa com raiva. No momento, para mim, provedor é só para ajudar na conexão, e mesmo assim…  Não aceito programas “anti-spams” desses provedores, porque já fui vítima numa amarga experiência. Um amigo o adotou e, resultado: quem mais sofreu foram amigos dele, como eu, pois o tal programa, que não foi feito para pensar, passou a rejeitar mensagens, inclusive minhas, coisas rotineiras que eu costumo enviar a ele. Não, jamais submeterei amigos meus a este castigo imerecido. Prefiro deletar os spams.  Outro dia, quando vi que um dos meus convites estava a me ser devolvido, o meu provedor me disse, com todas as letras, que “se você envia uma mensagem para mais de 99 destinatários (que não era o caso) o servidor do envio de mensagens considera… spam”… Incrível isto, não? Fantástico, extraordinário… Então argumentei: mas se continuarem a me enviar spams com ofertas, até pornográficas, mas o fizerem, por exemplo, para 30 destinatários, por vez, aí tudo bem? O vosso “inteligente” servidor” nem se toca, abre-lhes a porta e os deixa passar, para irritação nossa??!! Barrabás!!  Esta é a lógica dessa net, ou dessa web, cada vez mais virando “samba do crioulo doido”, composto pelo saudoso jornalista, escritor, poeta, e meu ex-colega do BB, o Sérgio Porto. Que raciocínio magnífico, não? Então julga-se o que deva ser spam pelo número de destinatários, não pelo conteúdo da mesma mensagem!! Como dizia antigamente o Jô Soares: “Me tira o tubo…” Acho que estou vivendo demais, este é o meu problema.  Tem tanta coisa que eu não gostaria de ainda estar vivo assistindo, ou ouvindo, ou lendo, ainda mais agora, sozinho, mas… dizem que são os “desígnios de Deus”, então, agüenta Chico!! Haja carma!  (sem trocadilho com a palavra calma, claro) Aí, a tal “luz do fim do túnel” se acendeu. O que eu tenho que ver se um bando de irresponsáveis, na estrada, me ultrapassam pela direita, ou pelo acostamento? Se outros avançam sinais descaradamente? Se muitos, aqui em Cabo Frio, neste verão, já flagrei entrando pela contramão de ruas onde eu passava, na mão? Se corruptos e corruptores, não obstante eventuais ações em favor da lei, continuam se dando bem? Se a fome continua mais para milhões do que para zero? Se existe até o tal “poder paralelo” a dar ordens, a organizar desordens, a impor a “sua lei”? Se inventaram outra edição do, com licença da palavra, … BBB?…  E apresentado por um… poeta!! Se o Sr. Bush pode até se reeleger?? Se a ONU teve que juntar os cacos do que restou após este mesmo senhor chutá-la do joelho para cima? Se a tal “guerra contra o terrorismo”, no Iraque, que já terminara, continua a fazer muitas e muitas vítimas?  Se o “eixo do mal” agora parece iniciar um “love story” com seu acusador, ou vice-versa?? Se o Bin Laden, de procurado nº 1, passou a ignorado sem nº? Se a paz no Oriente Médio parece que só chegará, infelizmente, com o final dos tempos? Se o Grupo dos 8 países mais ricos do mundo continua mais hipócrita do que nunca? E se a consciência deles anda tão pesada que quando se reúnem montam verdadeira operação de guerra na cidade escolhida com tanques, canhões, mísseis, homens fortemente armados por todos os lados? E eles colocam na pauta, entre outras coisas: discutir a paz no mundo!!… Paz armada, claro. A alguns mais desavisados pode parecer que fugi  do assunto, que me desviei do mesmo, que talvez tenha receado os tais conselhos de “prudência”, “cautela” etc, quando iria opinar sobre os tantos plágios, cópias e usos indevidos,  não só de poesias, como de outros tipos de trabalhos, por alguns “bloggs” que andam se espalhando mais do que cupim, no começo do verão. Pois erraram, amigos. Em verdade estou eu e estamos todos nós, inclusos os “prudentes” e “cautelosos”, no epicentro de um imenso “terremoto moral” que anda a inverter valores, a valorizar mentiras e incompetências, a proteger ilicitudes e impudícias, a desprezar e afrontar direitos, a promover deseducação etc. O que ocorre no mundo e define nossa triste realidade se transporta também para dentro deste espaço virtual, onde felizmente há também gente de muito valor, de um talento imenso e muita coragem, que são a nossa esperança, tanto em sites como em “bloggs”. E esses, felizmente, ainda são a maioria.   Alguns, porém, mesmo inteligentes, ou ainda não perceberam os buracos que andam a fazer na canoa ou vão “fazendo de conta” que não percebem. O comodismo, o conformismo, ou até o estrelismo de uns poucos podem explicar, Freud não, com certeza. Prudência sim, amigos, mas não aliada à pusilanimidade. Direito Autoral, como qualquer outro direito, não se defende com a cabeça enfiada no buraco… Ainda bem que há muita gente se organizando em grupos na defesa do Direito Autoral e disposta a lutar por eles, seja em que terreno for. Que este espaço virtual, em sites ou “bloggs”, não se transforme definitivamente num “paraíso de plagiários”. Quem não tem competência para criar, pois que se mantenha dentro da fronteira de suas limitações e já estará prestando um grande serviço a todos nós. Vamos trabalhar, produzir, criar, jamais plagiar, usar indevidamente o nome de outrem. Quem não tem uma veia poética nunca escreverá poemas, mas poderá sempre ser honesto. 

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