NINGUÉM MERECE!

    Li nas cartas dos leitores do "Globo", que "o crime organizado cria verdadeiros estados de exceção dentro do estado de direito e a Ordem dos Advogados do Brasil, a OAB, que deveria ser a primeira entidade a defender a ordem jurídica, prefere se empenhar em criticar os que, finalmente, tentam mudar esta situação de desacerto". Não tenho condições de opinar sobre o aspecto jurídico da questão. Mas, quanto a crítica à OAB, concordo com o leitor. Não sei porquê, mas a entidade, sempre chamada para opinar sobre os grandes temas nacionais, geralmente, comporta-se de forma inconveniente, seja nos assuntos de sua alçada, ou, "metendo o bedelho" sobre o que desconhece.  Nos temas de sua "jurisdição", em que deveria mostrar independência e imparcialidade, a OAB geralmente, omite-se ou fala baixinho para ninguém ouvir, principalmente, se o assunto for o absurdo dos supersalários dos magistrados, a urgente necessidade de uma reforma judiciária e a não "sai de cima do muro" sobre a maioridade penal. Extremamente corporativista e julgando os "adEvogados" melhores do que o restante dos mortais, a Ordem teve um faniquito quando surgiu a idéia de que os defensores dos presos, deveriam ser revistados nas entradas dos presídios, já que, aproveitando-se da livre entrada,  os "dotores" contrabandeiam celulares e "otras cositas más" para seus clientes no interior das prisões.   No auge do escândalo do "mensalão", li no jornal que a entidade havia pedido uma audiência no Palácio do Planalto para comunicar ao presidente que pediria o seu impeachment. Sem entrar nos méritos do impedimento, faço duas perguntas: Com que autoridade? Representando quem? Como o assunto morreu sem deixar  vestígios, a impressão que ficou foi a de que era puro marketing, pois saiu de lá caladinha e com "o rabinho entre as pernas". A OAB gosta de se colocar num pedestal de excelência, para dizer que a maioria dos formandos de direito são reprovados nos exames "de ordem". Já li, também na seção de cartas do Globo, outro leitor contestando a instituição e dizendo que os aprovados não são lá "grande coisa". Assino embaixo: um casal de adEvogados  – que adora exibir a carteirinha entidade – fez uma petição para uma das  minhas filhas. Alarmado com o conteúdo, mostrei o documento a um advogado, que recomendou: – "Corrija essa " tragédia" gramatical. Nenhum juiz vai aceitar "isso"! Contudo, eu admiro a coragem dos dirigentes da OAB: do alto de uma importância que não consigo enxergar, mas que lhe é atribuída, seus dirigentes, com uma "verbarrogia" invejável, discorrem sobre qualquer assunto. Vão da transposição do Rio São Francisco aos surtos da dengue. E não estão nem aí se, na ótica dos especialistas, comportam-se como "semi-analfabetos desinibidos".Os dois leitores do Globo, não são meus únicos aliados nessa "birra" contra a instituição. Outro dia, descobri que também em casa possuo uma seguidora.Estava assistindo a um noticiário de TV junto à minha esposa, quando, para opinar sobre um assunto polêmico, tipo alimentos transgênicos, surgiu o presidente da Ordem. Rápida no gatilho do controle remoto, ela trocou de canal, não sem antes fulminar: – " Iiiii, lá vem essa chata da OAB! Ninguém merece!"

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