O LADO OCULTO DA MINHA VIDA – Comentário Final –

    Antes de começar minha série de narrativas sobre o tema acima eu divulguei um Comentário Inicial. Tentei ali dar uma idéia do que iria contar nos textos que se seguiriam, tentando alertar aos que me leriam que não se tratava de ficção, muito pelo contrário, somente verdade, pelo menos a verdade que eu vivi, com a qual convivi, e a que assisti. Nada do que narrei nos sete textos me foi contado, absolutamente, sempre realcei a minha presença em todos os fatos. Também, como afirmei antes, não fiz qualquer tipo de pregação o que, evidentemente, não me inibiu de ser fiel aos fatos com a sinceridade e autenticidade de sempre. O que um ou outro, ao me ler, tirasse de conclusão, não me preocupava em momento algum, e não me preocupou. Ainda sim, ao comentarem este ou aquele texto, houve os que diziam que eu “afirmava ser médium”. Ora, em nenhum momento fiz tal assertiva, e até deixei bem claro que, até hoje, repito, até hoje, não assumi o que três mestres do espiritismo, em tempos bem distantes e cidades diferentes, sem se conhecerem, me disseram que eu era. Eles sim afirmaram aquela minha condição, só eles. Eu jamais iria contestar as referidas pessoas que citei nos textos por respeitar demais a todas elas, por saber de sua seriedade, de sua dignidade, e dos largos conhecimentos que provaram ter sobre o assunto espiritismo. Também não tentei, jamais, incutir em alguém este ou aquele conceito. Até porque o meu não ficou totalmente revelado nas minhas narrativas. Fiz questão de agir assim. Volto a dizer que não fiz qualquer tipo de pregação a favor ou contra o que quer que seja. Se houve quem entendesse o contrário, faz parte da compreensão ou incompreensão humana. É mesmo complicado, algumas vezes, entenderem exatamente o que dissemos ou quisemos dizer, ainda mais por escrito.  Uns, como eu, tiveram a sua formação religiosa em família e até mesmo no ambiente escolar, quando muito jovem. No meu caso estudei em Colégio Marista por sete anos, todavia com o decorrer de minha existência achei que deveria começar a pensar por mim mesmo, a querer encontrar respostas que até ali aquilo que aprendi não me dava, e continua não me dando. Depois foi que surgiram as autoridades espíritas na minha vida sem eu jamais as ter procurado. Se recordam, o Dr. Ferreira Gomes, em Belém, no ano de 1958, foi uma exigência de minha primeira esposa para que ele fizesse uma sessão na casa da mãe dela, na qual deveríamos estar presentes, eu e ela. Já em 1964, em Botafogo, no Rio de Janeiro, a outra autoridade em espiritismo foi um General, e só cheguei a ele, sem querer, ao ir dar aulas particulares para seus dois filhos por indicação de um amigo que já era meu aluno para concursos do BB e do BACEN. Só isso. A terceira pessoa envolvida no mesmo assunto, aqui em Cabo Frio, muitos anos depois, quem me apresentou foi minha segunda e saudosa esposa, e ela a conhecera através de uma vizinha. Fora uma apresentação casual sem nenhuma intenção de envolvimento com o espiritismo. Minha segunda esposa era uma católica radical.  Se depois ela andou a mudar alguns de seus conceitos, eu disse tudo como devia quando contei o caso da filha adotiva de um sobrinho que fora condenada à morte por alguns médicos e que depois acabou sobrevivendo e está hoje jovem, cheia de vida e muito bonita. Os fatos é que devem ter levado minha segunda esposa, Zezé, a mergulhar mais no que se referia ao espiritismo. A iniciativa foi toda dela. No que me referi a minha esposa atual, a Marlene, também católica fervorosa, eu disse que de repente passou a se interessar por pesquisar no campo do espiritismo. Jamais tive qualquer influência nessa decisão dela. Lena, que gosta de ler, passou a usar os momentos vagos com seguidas leituras sobre o assunto. Ainda agora comprou mais dois livros de uma série que ela vem acompanhando.  Ela já superou até o total de livros que li sobre o espiritismo, alguns com experiências científicas e comprovações que são incontestáveis. Já ouviram falar ou leram obras escritas pelo famoso médico americano Brian Weiss? Por exemplo, o primeiro deles, “Muitas Vidas, Muitos Mestres”? Alguém pode dizer que não acredita, pode negar sempre, tudo bem, só jamais irá provar que é mentira.  O Dr. Weiss é psiquiatra e terapeuta, formado pela Columbia University e pela Yale Medical School, chegou a ser Diretor do Departamento de Psiquiatria do Mount Sinai Medical Center, em Miami. Em suas narrativas, o médico que sempre evitara contatos ou revelações feitas que não fossem cientificamente comprovadas, acabou por se render a fatos ocorridos em seu próprio consultório médico. No início temeu muito por uma eventual desmoralização de sua condição e seu prestígio. Hesitou muito, conversou com alguns colegas, até um dia ter criado coragem para revelar tudo em livros. Eu os li.  Não vou aqui fazer propaganda de nada, só responderei a isto se alguém se interessar e me contatar diretamente. Essa e outras leituras também fazem parte do lado oculto da minha vida. Garanto que em todas as minhas sete narrativas fui profundamente honesto em tudo que contei. Honesto sob o ponto-de-vista de quem viveu, vivenciou, e/ou presenciou cada fato por mim contado.  Se alguém me pergunta que religião professo hoje, ou já há algum tempo, visto que sempre afirmei não ser ateu, reafirmo que faço minhas orações ao deitar, hábito que adquiri desde criança e não o cortei da minha rotina diária, assim como acompanho Lena às missas, quase sempre, e até comungo, junto com ela. Isto já expliquei e não vejo razão para repetir nada agora.  Em resumo, posso confessar que sou há tempos um católico nada submetido a certos dogmas e proibições da própria Igreja. Se Ela tem suas razões para não me aceitar, tenho as minhas para ser como sou em relação à Igreja. Sabem que se procurarem bem e com seriedade vão ver que grande parte dos “católicos” de hoje agem como eu. Não sirvo de exemplo, e isso não me preocupa nem um pouco. Também não faço pregação sobre o meu comportamento.  Quanto ao espiritismo, tenho muitas informações e algumas confirmações nas quais não obrigo ninguém a crer. Todavia, repito mais uma vez: até hoje não assumi a minha condição, declarada por três autoridades espíritas, de que eu seja médium. Não o fiz e nem sei o quanto isto possa ou não me prejudicar. Se acredito em Deus? Já escrevi sobre isto, mas quero deixar bem claro que acredito que exista algo, alguma entidades, tenha o nome que tiver, que dirige tudo à nossa volta e que essa entidade deve se situar a partir da Natureza, não fora dela. Jamais acreditaria em um Deus que seja raivoso, que castigue, como não acredito em demônio.  Quando digo “que dirige tudo” não me refiro apenas a este lindo, porém insignificante planeta Terra, uma poeira por demais ínfima num infinito em expansão que até hoje a ciência não conseguiu definir em todos os seus aspectos e ou dimensões. Muito menos em relação a cada um de nós, seres humanos, mais insignificantes ainda, diante da imensa grandeza do infinito.  Era o que eu tinha ainda a dizer. Obrigado pela atenção que alguns tenham dispensado a esses meus textos.

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