QUANDO O PASSADO VOLTA AO NOSSO ENCONTRO

    Quem me lê habitualmente sabe que eu gosto muito mais de escrever sobre o amor, sobre a vida e suas emoções, contar histórias geralmente verdadeiras, render pleitos a amigos com muita justiça, etc. O que menos me agrada é escrever sobre política, todavia não fujo da responsabilidade quando é necessário. Mas não gosto. Pois este intróito, meus amigos, é para eu deixar que meu coração lhes conte o que recentemente sucedeu comigo. Um belo dia vi uma mensagem em que a remetente se identificava como Fernanda Andrade, e me escrevia de Belém do Pará, minha terra natal. Ela me dizia ser neta de Advaldo Barros de Castro e me agradecia o que um dia eu escrevi sobre o nosso bom e saudoso AD, seu avô. Claro que me emocionei. Afinal Advaldo Castro foi meu colega na Rádio Marajoara nos anos 50, era um excelente profissional que chegou a dirigir a emissora em certo período, além de ser conhecido como “a voz de veludo do rádio paraense”. E era mesmo.  Eu não fizera nenhum favor ao me reportar ao saudoso AD naquele texto, apenas procurara ser justo com um amigo dos melhores daqueles tempos em que fui muito feliz atuando em rádio. Ser radialista era o meu sonho de porão.  Devem lembram que em outra crônica, há alguns anos, contei essa história. Leiam, por favor, neste link . Mas a vida me preparara ainda mais emoções. No dia seguinte me escreveu outra jovem, esta se chama Danielle Castro. A Dani se reportou ao mesmo assunto sendo ambas de uma gentileza para comigo fazendo-me ainda mais feliz, pois nem sempre o passado volta ao nosso presente para provocar lágrimas de alegria. Ficamos amigos e ganhei mais duas leitoras assíduas, o que muito me encanta. Na troca de diversas mensagens, duas com fotos, fiquei conhecendo a grande e bonita família do saudoso Advaldo Castro. Filhos, netos, bisnetos, primos, pessoas com as quais não convivi, mas que já moram em meu coração, com certeza.  Para lhes mostrar só um pouco do bom Advaldo, da sua sensibilidade e solidariedade, vou reproduzir aqui apenas pequeno trecho de um bilhete que o AD escreveu para Danielle quando esta perdera um grande amor: “QUERIDA DANI: TIVESSEM AS PALAVRAS O PODER DE APAGAR EM NOSSAS MENTES O QUE NÃO QUEREMOS LEMBRAR ELAS SERIAM COLOCADAS UMA A UMA NA BRANCURA DESSE PAPEL, COM UM ÚNICO PROPÓSITO: NÃO TE VER SOFRER. INFELIZMENTE AS PALAVRAS NÃO TEM ESSE PODER.POR MAIS BONITAS E TERNAS QUE ELAS SEJAM NÃO TEM O PODER DE FAZER PARAR O SANGUE DE UM CORAÇÃO FERIDO. UMA COISA NO ENTANTO É CERTO, MINHA QUERIDA NETA, NÃO HÁ REVOLTA DENTRO DE TI. ÉS GRANDE NO TEU SOFRIMENTO E ISSO ME ENVAIDECE, ME FAZ ORGULHOSO.” Este sempre foi o nosso querido Advaldo, além de talentoso profissional, uma pessoa sensível, com veia poética, amigo dos amigos, incansável para ajudar ou para minimizar a dor de alguém que o procurasse com algum tipo de problema. Porém, se os amigos pensam que as emoções pararam por aí, enganam-se. O que aconteceu no dia imediato, o terceiro na seqüência, contarei em outra crônica proximamente. Considerei que o passado voltou ao meu encontro para plantar novas raízes no presente. Raízes florescendo para dar continuidade ao que de mais sublime eu prezo: amizades.  Com Fernanda e Danielle voltaram as lembranças do amigo Advaldo Castro. AD semeou, e semeou muito bem, e a vida se incumbiu de me trazer agora essas flores de formosura e encantamento nas quais está presente um pouco do meu passado que levarei para o futuro, espero que para sempre. Por outro lado, eu credito o surgimento de Fernanda e Danielle ao que certa vez me disse o saudoso Clodovil Hernandes quando me entrevistava na extinta TV Manchete, em 1986: “Francisco, não existe coincidência, eu acredito que o que haja seja uma causalidade, algo a ver com causa e efeito, tipo sina, destino etc.” Quem sabe ele tinha razão? O fato é que a vida me fez ainda mais feliz. Obrigado Fernanda, obrigado Danielle, vocês trouxeram o passado ao meu encontro no presente. Um passado de lembranças alegres, felizes, eternas.  É bom ter histórias para contar, é melhor ainda ter amigas como vocês. Estejam comigo para sempre no meu coração. 

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