Mariana Flores Correio Braziliense 22/3/2007
Servidores param 24 horas por aumento entre 18% e 35%
Os funcionários do Banco Central vão abrir a temporada de protestos dos servidores contra o governo federal em 2007. Na próxima quarta-feira eles farão uma paralisação de 24 horas em todo o país. “Será uma greve de advertência”, ressalta o presidente do Sindicato Nacional dos Servidores do Banco Central (Sinal), David Falcão. Os trabalhadores reivindicam um aumento salarial entre 18% e 35%. Eles querem a equiparação com categorias que exercem funções com exigências parecidas, como auditores da Receita Federal e os fiscais da Previdência e do Trabalho, por exemplo.
A remuneração atual é baixa, segundo Falcão, e está causando uma evasão de funcionários. O salário inicial para analista, que exige curso superior, é de R$ 7 mil, e para técnico, com ensino médio, é de R$ 3,5 mil. “Estamos vivendo uma evasão dos quadros por causa desses salários. No próprio Executivo há ofertas de salários bem maiores. Isso é ruim porque ao invés das pessoas entrarem na carreira e se dedicarem, elas ficam estudando para um concurso com salário maior”, afirma Falcão.
O BC possui atualmente 4,2 mil analistas e 700 técnicos na ativa. No ano passado, eles tiveram 10% de reajuste após uma greve de 15 dias no mês de maio. O incremento à folha de pagamentos custou ao governo R$ 131 milhões em 2006 e outros R$ 151 milhões neste ano.
Unificação
Além das manifestações por categoria, o funcionalismo tenta se unir para lutar por causas conjuntas. No dia 17 de abril, os trabalhadores vão fazer um protesto nacional que será batizado de Dia Nacional de Luta. O objetivo é fazer oposição a duas medidas propostas pelo governo.
A primeira, que está em tramitação no Congresso Nacional, limita o crescimento dos gastos com funcionários federais em 1,5% ao ano (descontada a inflação). A segunda fixa normas para que trabalhadores de órgãos essenciais façam greves. Irredutível nas propostas, o governo tentou confortar os servidores retomando a Mesa Nacional de Negociação do setor público, desativada desde o ano passado.
Fonte: Correio Braziliense