Por Alex Ribeiro | De Brasília
A diretoria colegiada do Banco Central comunicou, na sexta-feira, aos funcionários da instituição cortes em despesas, como viagens e gastos com celulares, para se adequar ao contingenciamento de gastos determinado pelo Ministério do Planejamento para cumprir as metas fiscais.
O BC terá que apertar os cintos em R$ 47,1 milhões, o que significa uma queda dos gastos de custeio de R$ 202,8 milhões para R$ 155,7 milhões já neste ano. Nos seus documentos oficiais, o Banco Central tem apontado que a política fiscal, no momento, é expansionista – o que, segundo a teoria econômica, coloca lenha na demanda agregada e dificulta o controle da inflação.
“O Banco Central, historicamente, trabalha com orçamento austero, o que exigirá grande esforço na implementação de medidas para se enquadrar os novos limites”, afirma comunicado distribuído aos funcionários pelo correio interno do BC.
Num comunicado ao público externo encaminhado pela assessoria de imprensa da instituição, o BC diz que as medidas de contenção de gastos “impactarão o cotidiano do corpo funcional, bem como trarão desconforto ao público externo, dada a suspensão, por exemplo, de serviços e atividades do museu, da galeria e da biblioteca”.
O comunicado inclui uma lista com 26 medidas principais de contenção. Entre elas estão a suspensão de viagens a serviço, redução de números de aparelhos celulares institucionais, redução de 50% de veículos de serviço e diminuição do número de assinaturas de periódicos e cancelamento de eventos internacionais realizados no país. Inclui ainda a redução dos serviços de dados 3G; redução da quantidade de impressoras disponíveis e estabelecimento de cotas de impressão; redução de postos ocupados por trabalhadores terceirizados, e, dispensa de todos os estagiários pagos com recursos do Orçamento Geral da União (OGU);
Em fins de julho, o governo anunciou um contingenciamento de R$ 10 bilhões em despesas, num esforço para cumprir a meta de superávit primário de 2,3% do Produto Interno Bruto (PIB) para todo o setor público.
Fonte: Valor Econômico