BC já vê PIB próximo de 1%

    Banco CENTRAL vai reduzir a projeção de crescimento para a economia neste ano, muito provavelmente do atual 1,6% para 1,2%. O número oficial será divulgado até 27 de setembro, por meio do relatório trimestral de inflação, pouco mais de uma semana antes de os brasileiros depositarem seus votos nas urnas. Não fossem as eleições, os analistas acreditam que o BC seria mais realista e estimaria um Produto Interno Bruto (PIB) crescendo abaixo de 1%.

    Na avaliação de técnicos do BC, não há como a instituição manter uma projeção de crescimento de 1,6% se o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) confirmar, na sexta-feira, que o país está em recessão técnica, com queda do PIB nos primeiro e segundo trimestres. “Com seis meses perdidos no ano, para se chegar à atual projeção, a economia teria que dar um salto fortíssimo no segundo semestre. Infelizmente, não é o que estamos vendo”, diz um funcionário da autoridade monetária.

    A orientação, porém, é não fazer alarde sobre os dados do BC, sobretudo neste momento, em que não faltam notícias ruins na economia e, para desespero do Palácio do Planalto, aumentaram as chances de a presidente Dilma Rousseff ser derrotada em outubro próximo. “Os números ainda estão sendo fechados. Todos os cenários serão levados em consideração, inclusive a recessão técnica”, afirma outro técnico doBanco CENTRAL. “Na pior das hipóteses, nossa projeção para o PIB pode cair para 1%, o que ainda será um bom resultado diante do que se viu nos dois primeiros trimestres do ano”, emenda.

    Na visão dos analistas, não restará outra alternativa ao BC senão a de aproximar sua estimativa de PIB para o 0,7% projetado pelo mercado. É questão de credibilidade. “O BC realmente vai rever a previsão de crescimento da economia. Mas não creio que derrube demais a sua estimativa – para menos de 1%. Se fizer isso, estará sinalizando aos investidores que poderá cortar a taxa básica de juros (Selic) em breve”, ressalta André Perfeito, economista-chefe da Gradual Investimentos.

    Os especialistas lembram que, assim como o BC, o Ministério da Fazenda terá de rever a projeção de crescimento para o PIB em setembro, quando refizer as estimativas bimestrais de receitas e despesas. Nesse caso, a grande questão é saber como ficará a meta de superavit primário. Qualquer avanço da economia inferior a 1,8% – essa é a estimativa atual do ministro Guido Mantega – selará o que todo o mercado já dá como certo, mas o governo insiste em dizer que não: a promessa de se poupar 1,9% do PIB para o pagamento de juros de dívida será abandonada oficialmente.

     

    Governo culpa a Copa

    Para Tony Volpon, diretor de Pesquisas para as Américas da Nomura Securities, mesmo com a previsão menor de crescimento do PIB peloBanco CENTRAL, o governo insistirá no discurso de que a economia está se recuperando, que tudo ficará melhor. “Vão dizer que tudo foi culpa da Copa do Mundo, que tirou dias úteis do cálculo da produção”, afirma. O economista ressalta ainda a sua perspectiva de derrota de Dilma Rousseff nas eleições. No entender dele, a candidata do PSB, Marina Silva, só não será eleita “se fizer muita besteira” nas poucas semanas que faltam para o pleito.

     

    Mercado

    vai cobrar

     

    » Executivos de bancos estrangeiros acreditam que, passada a euforia do mercado com a possibilidade de Dilma Rousseff não ser reeleita, os investidores vão cobrar de Marina Silva um sólido programa de governo. Mais que isso: deverão questionar, com veemência, qual será a equipe econômica da candidata do PSB. No entender de André Perfeito, “Marina é uma caixa-preta, que foi contra as obras de diversas hidrelétricas durante o governo Lula. O mercado ainda não está colocando isso no preço dos ativos”, diz.

     

    Magazine Luiza

    quer Novo Mundo

     

    » Com a economia enfraquecida e o dinheiro circulando com mais vigor no interior do país, os grandes investidores estão olhando cada vez mais para fora do eixo Rio-São Paulo. Recentemente, a Magazine Luiza sondou a rede Novo Mundo, um dos maiores varejistas do país, com sede em Goiânia, na intenção de comprá-la ou de pelo menos ter uma participação no negócio. Mas não seduziu a rede goiana, avaliada em R$ 2 bilhões.

     

    BR Malls sonha

    com o Flamboyant

     

    » Já a BR Malls, que controla uma rede de shopping centers, flertou com o Flamboyant, um dos principais centros comerciais da capital de Goiás. Também, nesse caso, a negociação não avançou.

     

    TCU julga fraude

    no Sesc do Ceará

     

    » O plenário do Tribunal de Contas da União (TCU) deve julgar hoje a Tomada de Contas Especial que prevê a devolução de R$ 4 milhões aos cofres do Sesc do Ceará por seu presidente, Luiz Gastão Bittencourt da Silva. Foram constatadas, na gestão dele, irregularidades relativas a contratações e pagamentos de associações, que apresentam o mesmo endereço, têm dirigentes em comum, são de uma mesma família e receberam a maior parte dos recursos. Luiz Gastão já é conhecido no TCU. Em 2010, o órgão considerou irregulares (processo 011.677/2002-3) repasses de verbas do Sesc à Fecomércio cearence.

     

    Fonte: Correio Braziliense

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