Por Vanessa Adachi e Cristiano Romero | De São Paulo
O governo vai reduzir o spread cobrado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) nos repasses de recursos aos bancos para financiamento de concessões de infraestrutura. O objetivo é aumentar a atratividade dessas operações para as instituições financeiras privadas e estatais que atuarem como agentes repassadores.
Hoje, o BNDES cobra 0,75% nos repasses que faz aos bancos que realizam empréstimos com seu funding. O percentual, segundo informou ao Valor uma fonte qualificada, será reduzido drasticamente. “O BNDES cobra 0,75% apenas para ‘carimbar’ os recursos que repassa aos bancos”, disse uma fonte a par das discussões. “Isso não faz sentido, até porque o risco dos empréstimos é inteiramente dos bancos”.
A decisão de usar dinheiro do BNDES como principal funding dos financiamentos a projetos de infraestrutura sepulta proposta polêmica que vinha sendo estudada pelo governo e que trazia grande desconforto ao BNDES. Por essa proposta, o Tesouro repassaria recursos diretamente a um fundo e este os emprestaria aos bancos, também com a finalidade de financiar as empresas vencedoras nos leilões de concessão.
Com o repasse de recursos do BNDES a bancos privados e estatais em melhores condições, o governo quer dar agilidade às operações de financiamento de grandes obras de infraestrutura. Atualmente, os desembolsos do BNDES levam até 18 meses entre o pedido do crédito e a liberação. Agora, com o envolvimento dos bancos, a intenção é diminuir o prazo para, no máximo, quatro meses.
Também para atrair os bancos privados, o governo já concordou em aumentar o spread das operações de financiamento de 1,5% para 2% ao ano, acrescida da Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP). As novas condições vão vigorar já no leilão das rodovias BR-262 e BR-050, agendado para o próximo dia 18.
Fonte: Valor Econômico