Brasil está preparado para transição econômica global, diz Awazu, do BC

    Por Juliano Basile e Sergio Lamucci | De Washington

    O Brasil está muito bem preparado para o período de transição da economia global, disse na quinta-feira o diretor de assuntos internacionais do Banco Central (BC), Luiz Awazu Pereira. “Com isso, vamos poder reforçar a nossa estabilidade macroeconômica e dar previsibilidade aos agentes para que eles possam continuar o processo de recuperação da economia brasileira e de recuperação gradual de investimentos e do crescimento no Brasil”, afirmou ele, ao participar de evento em Washington, onde ocorre a reunião anual do Fundo Monetário Internacional (FMI).

    Segundo ele, o país preparou-se para a reversão do sentimento do mercado pela manutenção dos seus fundamentos macroeconômicos, com nível de dívida e inflação sob controle. O país também fez isso “através de um elemento muito importante, que é a solidez de seu sistema financeiro”.

    O Brasil tem, de acordo com ele, um sistema bancário sólido, bem capitalizado, bem provisionado, capaz de passar por um período em que os ativos tenham naturalmente “um pouco mais de volatilidade, sem que isso cause mais volatilidade no nosso sistema financeiro”. Ele ressaltou que o programa do BC para o mercado de câmbio ajudou a dar mais previsibilidade aos agentes econômicos.

    Awazu disse que em relação aos mercados emergentes parece ter havido antes um pouco de excesso de otimismo e depois houve simetricamente um excesso de pessimismo. Na verdade, segundo ele, a situação está mais no meio termo. As coisas não eram possivelmente tão exuberantes, e agora são possivelmente mais normais.

    Para o diretor do BC, a América Latina, e o Brasil em particular, são capazes de viver esse período de transição em que vai haver reprecificação dos ativos dos emergentes. O país tem grandes reservas internacionais acumuladas, bons indicadores de solidez externa e anunciou um programa de intervenção no mercado de câmbio que deu previsibilidade. Awazu participou ontem de um debate sobre a América Latina, na Universidade George Washington.

     

    Fonte: Valor Econômico

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