Dívida questionada

    da redação

    Quatro planos econômicos que deixaram brasileiros no prejuízo podem obrigar bancos a pagar uma fatura de R$ 150 bilhões, número contestado por institutos de defesa do consumidor Valor cobrado, segundo cálculo das instituições financeiras (R$ bilhões): Caixa outros bancos total Bresser 7,63 12,85 20,49 Verão 16,10 31,95 48,05 Collor I 23,94 50,15 74,09 Collor II 2,15 5,11 7,27 Os dois lados Entenda o que os envolvidos na disputa alegam e o tamanho do problema que o STF tem de resolver O que defendem os poupadores Cada mudança de plano econômico levou a poupança a fazer correções monetárias inferiores à inflação, deixando os depositantes no prejuízo No processo que envolve o plano Bresser, os poupadores querem 8,04% de incremento sobre o valor depositado na época; no Verão, 20,37%; no Collor I, 44,80% e 2,49%; e no Collor II, 4,39% Não há risco para o sistema bancário. A conta, segundo as entidades que representam os investidores lesados, é bem inferior aos R$ 150 bilhões alegados pelo BC. As estimativas variam de R$ 8 bilhões a R$ 18 bilhões A posição dos bancos e do governo Com exceção do Plano Collor II, todos os outros não deram prejuízo algum aos poupadores. Pelo contrário, ofereceram ganhos reais para os depósitos no período seguinte à implementação das mudanças Caso o STF decida a favor dos depositantes, haveria um enxugamento de R$ 1,35 trilhão na oferta de crédito e uma queda de R$ 60 bilhões na arrecadação de impostos e tributos, com efeitos drásticos sobre a economia. O Tesouro Nacional teria de capitalizar a Caixa Econômica que, sozinha, teria que pagar R$ 50 bilhões aos poupadores O que fez cada plano Bresser (junho de 1987) – congelou preços e salários Inflação – 26,1% Correção da Poupança – 18% Verão (janeiro de 1989) – congelou preços e cortou três zeros da moeda, que passou a se chamar cruzado novo Inflação – 26,1% Correção da Poupança -22,4% Collor 1 (março de 1990) – congelou preços, recriou o cruzeiro e confiscou depósitos acima de 50 mil cruzados novos. A poupança foi corrigida pelo Bônus do Tesouro Nacional (BTN). Os poupadores reivindicam a correção de maio e junho pelo Índice de Preços ao Consumidor (IPC). Collor II (fevereiro de 1991) – Congelamento de preços e salários Inflação 20,2% Correção da poupança – 15,8%

     

    Fonte: Correio Braziliense

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