Por José de Castro e Silvia Rosa | De São Paulo
O dólar ontem devolveu a alta registrada na última sexta e fechou em queda frente ao real, com os investidores reagindo à pesquisa eleitoral divulgada no último fim de semana. Declarações de Stanley Fischer, vice-presidente do Banco CENTRAL americano, no último sábado, que mostrou preocupação com o crescimento mais fraco da economia mundial, também contribuíram para a queda global da moeda dos EUA, por sinalizar uma redução nas chances de uma antecipação da alta da taxa de juros na maior economia do mundo.
O dólar comercial caiu 1,29%, encerrando a R$ 2,3931. Assim, o real foi a moeda com o melhor desempenho, considerando uma lista com as 34 divisas mais líquidas.
As moedas atreladas a commodities, como o real, o dólar australiano e o rand sul-africano, ainda foram beneficiadas pelos dados positivos das exportações da China, que cresceram 15,3% em setembro, superando as expectativas dos analistas.
No mercado local, a queda do dólar foi acentuada pelo crescimento das apostas em uma vitória de Aécio Neves (PSDB) para presidente, visto pelos investidores com perfil mais pró-mercado.
Para o gerente de derivativos cambiais da CGD Investimentos, Jayro Rezende, o dólar só deve se estabilizar abaixo de R$ 2,40 caso se confirme o cenário de vitória da oposição, que implique em uma mudança da política econômica “As últimas pesquisas mostram que aumentou a chance de vitória da oposição, mas isso não está totalmente no preço do câmbio.”
O movimento do câmbio ontem foi potencializado pelo volume reduzido de negócios por causa do feriado americano do Dia de Colombo. O alerta de Fischer, de que o crescimento mais fraco no mundo pode levar a autoridade monetária americana a retirar os estímulos monetários mais lentamente, também repercutiu no dia. O Dollar Index, que acompanha o desempenho da moeda americana em relação a uma cesta com as principais divisas, recuava 0,14% no fim da tarde.
Fonte: Valor Econômico