Por Silvia Rosa, José de Castro, Antonio Perez e Lucinda Pinto | De São Paulo
O fluxo positivo para o mercado local, impulsionado por uma oferta da Oi, e rumores sobre uma pesquisa eleitoral que será divulgada hoje pela Confederação Nacional do Transporte (CNT) contribuíram para acentuar a queda do dólar no mercado local, que fechou em baixa de 0,80% a R$ 2,225.
O real foi novamente destaque de ganho entre as moedas emergentes diante de especulações em relação à pesquisa de popularidade do governo da presidente Dilma Rousseff. O levantamento abordará também os cenários para a eleição presidencial de 2014. Foram entrevistadas 2.002 pessoas, em 24 unidades federativas das cinco regiões do país, entre 21 e 25 de abril de 2014.
As pesquisas eleitorais têm alimentado as apostas em uma mudança de governo no ano que vem, que tenha uma orientação mais pró-mercado, o que tem contribuído para a valorização do real e alta do bolsa nos últimos meses. As especulações sobre a queda de popularidade do governo Dilma também alimentavam especulações de que o ex-presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, poderia substituir Dilma Rousseff como candidato do PT para disputar a eleição em outubro.
Além das especulações sobre as pesquisas eleitorais, analistas verificaram ontem fluxo positivo de recursos para o mercado doméstico. Parte desse dinheiro pode ter entrado para a oferta da empresa de telefonia Oi, cujo preço foi definido ontem. Segundo reportagem do Valor, a parte da oferta que foi a mercado somou R$ 6,25 bilhões, o equivalente a US$ 2,8 bilhões. Analistas estimam que a oferta contou com grande participação de investidores estrangeiros.
Diante do fluxo positivo de recursos, o Banco CENTRAL interrompeu a rolagem do lote de US$ 8,733 bilhões em contratos de swap cambial, que tinham vencimento previsto para 2 de maio. O BC rolou até agora apenas US$ 6,5 bilhões do lote com vencimento previsto para o mês que vem. O mercado esperava que o BC rolasse pelo menos mais US$ 1,5 bilhão, o que não ocorreu. Caso o BC não realize mais operações de rolagem desses papéis, o efeito prático será de uma compra de dólares no mercado futuro em valor equivalente a US$ 2,233 bilhões. Investidores já começam a questionar se a autoridade monetária fará a renovação do lote de US$ 9,653 bilhões, que vence em 2 de junho.
Já no mercado futuro de juros, os investidores não reagiram aos rumores sobre os resultados da pesquisa da CNT. Em um pregão de liquidez reduzida, as taxas dos contratos futuros de Depósito Interfinanceiro (DI) apresentaram oscilações modestas ao longo do dia. Mais ligado à percepção de risco, o DI para janeiro de 2017 subiu um degrau, de 12,19% para 12,20%. Já o derivativo para janeiro de 2015 fechou estável, a 11%.
Fonte: Valor Econômico