Dólar e juros futuros têm ajustes de baixa após pressão externa

    Cenário: Fabrício de Castro

     

    A forte pressão vista na terça-feira sobre os mercados globais, após o acirramento da crise entre Rússia e Ucrânia, arrefeceu um pouco ontem, com os investidores realizando lucros e ajustando posições em vários ativos. Embora as tensões no Leste Europeu permaneçam, as notícias de ontem não foram suficientes para perpetuar a escalada do dólar ou das taxas de juros no Brasil. A moeda americana até chegou a subir ante o real no início da sessão, mas gradativamente foi perdendo fôlego, com exportadores aproveitando as cotações atrativas para vender dólares. Ainda pela manhã, a divisa dos EUA passou a recuar ante o real, sendo que os números do fluxo cambial divulgados peloBanco CENTRAL, no início da tarde, fortaleceram o movimento.

     

    Apesar do fluxo negativo de US$ 1,791 bilhão em julho, houve entrada líquida de US$ 2,951 bilhões no País na última semana, entre 28 de julho e 1º de agosto. Ao mesmo tempo, alguns investidores aproveitaram para realizar lucros (vender moeda), após a alta consistente de terça- feira. Neste cenário, o dólar à vista negociado no balcão recuou 0,53%, para R$ 2,2730. No segmento futuro, a moeda para setembro cedeu 0,35%, a R$ 2,2905.

     

    O recuo do dólar foi o gatilho, no mercado de renda fixa, para a correção das taxas dos contratos futuros de juros. Depois dos fortes ganhos de terça-feira, as taxas recuaram ontem em todos os vencimentos. O contrato para janeiro de 2015, por exemplo, marcou 10,85%, ante os 10,87% da véspera, enquanto o para janeiro de 2017 registrou taxa de 11,70%, ante 11,86%.

     

    Na Europa, os principais índices de ações recuaram, ainda reagindo às tensões na Ucrânia e após a divulgação de dados econômicos ruins na Itália e na Alemanha. Mas os índices de ações em Nova York, bastante pressionados na terçafeira, conseguiram sustentar leves ganhos ontem, com investidores recompondo posições. O Dow Jones subiu 0,08%, aos 16.443,34 pontos, o S&P 500 ficou estável, aos 1.920,24 pontos, e o Nasdaq teve alta de 0,05%, aos 4.355,05 pontos.

     

    A Bovespa, por sua vez, foi puxada pela Petrobrás.

     

    As ações da estatal subiram mais de 3% em meio à expectativa para a divulgação, hoje, de nova pesquisa Ibope. Como vem ocorrendo, a possibilidade de a presidente Dilma Rousseff perder espaço na corrida eleitoral tem impulsionado os papéis de estatais. Além disso, na próxima sexta-feira a petrolífera divulga seus resultados trimestrais. E como os investidores estrangeiros estão bastante comprados (apostando na alta) em Ibovespa futuro, que vence na semana que vem, eles também aproveitaram ontem para comprar papéis da estatal, alavancando a Bolsa brasileira. No fim, o Ibovespa registrou alta de 0,51%, aos 56.487,18 pontos.

     

    Fonte: O Estado de S.Paulo

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