Servidor da Justiça entra em greve

    Trabalhadores pressionam os presidentes dos tribunais superiores a cobrar do Planalto a liberação de recursos para reajustar salários

    Os servidores do Judiciário Federal e do Ministério Público da União (MPU), os administrativos da Polícia Federal (PF) e os trabalhadores do IBGE realizaram ontem protestos em todo o país, pedindo reajuste salarial, reposição de perdas inflacionárias e recomposição do quadro de pessoal. Em Brasília, filiados do Sindicato dos Trabalhadores do Judiciário (Sindijus-DF) entraram em greve por tempo indeterminado. Em assembleia, na Praça dos Tribunais, mais de mil confirmaram que participarão, hoje, de manifestação em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF), a partir das 15 horas.

     

    A greve visa pressionar os presidentes dos tribunais superiores e o procurador-geral da República para que exijam da presidente Dilma Rousseff recursos do Orçamento da União necessários ao aumento de salários. Segundo a diretoria do Sindijus-DF, a categoria está há oito anos sem aumento e acumula perdas de 40% com a inflação. O último plano de cargos e salários foi aprovado em 2006. As cúpulas do Judiciário e do MPU e o Planalto precisam chegar a um acordo até o dia 15, para os recursos serem incluídos na Proposta de Lei Orçamentária (PLOA), a ser enviada ao Congresso até 31 de agosto.

     

    “Na última terça-feira, houve a primeira reunião como diretor-geral do STF, Amarildo de Oliveira, que vai nos receber amanhã (hoje). Esperamos que, depois da conversa e da pressão dos servidores, o presidente do STF, ministro Ricardo Levandowski, faça um esforço pela categoria”, afirmou Cledo Vieira, diretor da entidade.

     

    Os servidores administrativos da PF farão hoje manifestação em frente à sede do órgão ligado ao Ministério da Justiça, em Brasília, às 13h30, e seguirão em caminhada até o Bloco C do Ministério do Planejamento, para tentar audiência com a ministra Miriam Belchior. O sindicato cobra a imediata nomeação para as 566 vagas.

     

    IBGE

     No Rio de Janeiro, servidores do IBGE, em greve há dois meses, fizeram vigília em frente à sede do instituto, enquanto aguardavam o resultado da reunião entre a presidente Wasmália Bivar, o secretário de Relações do Trabalho do Ministério do Planejamento, Sérgio Mendonça, e o sindicato nacional da categoria (AssIBGE). Não houve avanço na busca de uma saída negociada para a paralisação e da readmissão de 200 temporários dispensados durante a greve. A diretoria do IBGE concordou em criar grupo de trabalho e analisar possíveis mudanças nas carreiras, mas insiste em revisar os contratos temporários só após a decisão da Justiça.

     

    Fonte: Correio Braziliense

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