Por José de Castro | De São Paulo
A ausência de negócios no mercado americano e a fraqueza no fluxo de notícias relevantes deu espaço para um leve ajuste de alta no dólar ante o real ontem. De maneira geral, contudo, investidores evitaram grandes mudanças de posicionamento antes de eventos importantes nesta semana, com destaque para a reunião de política monetária do Banco CENTRAL Europeu, dados sobre o mercado de trabalho americano e resultados de novas pesquisas eleitorais no Brasil. No fechamento, o dólar comercial subiu 0,26%, a R$ 2,2444.
O tema eleição continuou dominando as mesas de operação. O mercado aguarda para quarta-feira os resultados de pesquisas do Ibope e Datafolha. Na semana passada, uma sondagem do Datafolha mostrou Marina Silva (PSB) tecnicamente empatada com Dilma Rousseff (PT) nas intenções de voto no primeiro turno e dez pontos percentuais à frente da candidata do PT na simulação de segundo turno.
Os mercados brasileiros embarcaram numa onda de otimismo desde que Marina Silva entrou na disputa presidencial. Só na semana passada, quando ficou mais evidente o avanço da candidata da chapa do PSB, o real valorizou-se 1,82% ante o dólar, enquanto as moedas emergentes avançaram 0,37%, segundo o índice MSCI.
Em agosto, o real teve alta de 1,38%, enquanto as emergentes ganharam em média 0,70%. Esse movimento mais forte da moeda brasileira foi ditado em boa parte pelos investidores estrangeiros, que no período reduziram em quase US$ 5 bilhões suas apostas na alta do dólar, no ritmo mais forte em seis meses.
Para o gerente-geral de tesouraria do Banco Daycoval, Gustavo Godoy, o mercado vai precisar de mais notícias de peso para prosseguir com esse movimento, sob risco de haver uma correção no curtíssimo prazo. “Enquanto tiver uma maré de notícia boa para o mercado, o estrangeiro deve continuar por aqui. Mas é certo que mais rápido do que veio ele pode sair. E aí já sabemos o que acontece: é dólar para cima”, afirma.
Fonte: Valor Econômico