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Os Estados Unidos devem oficializar hoje a saída da crise global, cinco anos após a quebra do banco de investimentos Lehman Brothers, no episódio que deflagrou as tensões que levaram as principais economias do mundo para o atoleiro. Para analistas de mercado, é praticamente certo que o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) vai anunciar a reversão do seu programa mensal de estímulos, o que, na prática, significa dizer que, pelo menos para os EUA, o pior já ficou para trás.
Desde 2009, o país administrado por Barack Obama vem injetando, mensalmente, bilhões de dólares no mercado financeiro, numa tentativa de produzir algum estímulo para que os bancos continuem emprestando dinheiro e para que os consumidores saiam às lojas e gastem os salários e as aposentadorias. Atualmente, o volume desses aportes é de US$ 85 bilhões, feitos a partir de compras de apólices da dívida do governo norte-americano e de hipotecas de casas. A aposta dos analistas é de que essas compras sejam reduzidas para algo como US$ 70 bilhões ao mês.
O economista-chefe para o Brasil do banco holandês Rabobank, Robério Costa, acredita que a autoridade monetária também deverá anunciar um plano adicional de compras desses ativos. Nele, acredita Costa, estarão previstos aportes de recursos cada vez menores pelos próximos anos e a abertura de espaço para que, futuramente, o Fed promova um aperto no juro básico dos Estados Unidos. Desde a crise, essa taxa está congelada entre zero e 0,25% ao ano.
“Se vier algo muito incerto em relação a esse cronograma, isso contribuirá para elevar ainda mais a desconfiança a respeito dos próximos passos do Fed”, disse Costa. Para o analista, a redução dos estímulos é baseada na crença de que a economia norte-americana vai começar a mostrar resultados mais sólidos. Na opinião dele, as injeções de dinheiro deverão continuar até meados do ano que vem, movimento que é condizente, disse ele, com o perfil do atual presidente do Fed, Ben Bernanke.
Fonte: Correio Braziliense