Funcionalismo público promete radicalizar se reajuste não vier

    A impaciência tomou conta do funcionalismo público diante da demora para a aprovação dos reajustes acertados ainda no governo de Dilma Rousseff e sancionados por Michel Temer. Uma onda de greves está se formando e pode causar sérios transtornos ao governo e, sobretudo, à população.

    Hoje, os técnicos do Banco Central cruzaram os braços. A paralisação durará 48 hora. Na quinta-feira, será a vez de os funcionários da Receita Federal suspenderem as atividades. Ficou decidido que eles vão parar dois dias por semana. Nas aduanas, serão adotadas operações padrão. No caso deles, o projeto prevendo reajustes sequer foi encaminhado ao Congresso.

    Também está azedo o clima entre os analistas do BC, que já expressaram o descontentamento em relação à demora do reajuste. A gritaria já encontrou eco entre advogados federais, policiais federais e servidores da Controladoria-Geral da União. Há o risco de o chamado carreirão, que engloba o baixo clero do funcionalismo, embarcar na onda.

    Os projetos encaminhados por Temer e aprovados pela Câmara ainda estão tramitando no Senado, que fará sua última votação, antes do recessão branco, na quarta-feira. Os aumentos dos servidores ainda precisam passar pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) para ir a plenário. Como houve mudanças em vários projetos, eles terão que voltar à Câmara.

    O governo, assustado com a repercussão da aprovação dos reajustes do servidores na Câmara, está segurando o envio de outros projetos ao Congresso, como os que garantem aumentos aos funcionários da Receita, da Polícia Federal e da Polícia Rodoviária Federal.

    Temer disse que avalizou os reajustes aprovados porque não queria confusão com o funcionalismo, sempre disposto a parar a máquina pública. Pois os problemas que ele queria evitar estão se agigantando e prontos para invadir o Palácio do Planalto. Não será fácil a vida do presidente interino nos próximos dias.

    Fonte: Correio Braziliense

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