Funcionários do BC defendem bônus de produtividade, mas governo resiste

    Item está na pauta de negociação dos servidores, assim como recomposição salarial e ajuste na carreira de técnico

    Servidores do Banco Central pressionam o governo a estabelecer um bônus de produtividade semelhante ao recebido pelos auditores da Receita Federal, mas o Ministério da Gestão resiste e defende que, antes de avançar no tema, sejam estabelecidos critérios e métricas para regulamentar o benefício.

    O Sinal (Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central) realizou uma assembleia na tarde desta quinta-feira (4), mas a votação foi adiada para no mínimo a próxima quinta (11), segundo o presidente da entidade, Fábio Faiad.

    Um dos pontos centrais gira em torno do chamado bônus de produtividade, que recompensaria os servidores por seu desempenho na função. O benefício já é concedido para auditores-fiscais e analistas-tributários da Receita.

    Para ter acesso ao bônus, os servidores do BC pediram a mudança do nome do cargo de analista para auditor do Banco Central. O Ministério da Gestão, no entanto, adotou a linha de não conceder mais bônus de produtividade enquanto esse benefício não houver forma de medir essa eficiência.

    O governo também ampliou a carreira, outro motivo de insatisfação dos funcionários do BC. “A questão de carreira tem 13 padrões, do início até o final, eles querem esticar para 20, é outra questão”, explica Faiad. Com o acréscimo, o valor pago para quem entra na carreira é menor, enquanto no topo sobe. O governo propôs reajuste de 23%, pagos em duas parcelas —2025 e 2026.

    O presidente do Sinal cita ainda como entrave o nível superior dos técnicos. “O cargo de técnico tem exigência de segundo grau para a entrada. A gente quer que tenha nível superior. Pela complexidade, pela evolução que a gestão e o quadro do banco passaram nos últimos anos não faz sentido continuar com o cargo com o curso de nível médio”, acrescenta. Segundo ele, mais de 90% dos integrantes do BC têm nível superior. “Não faz sentido o governo continuar cego a essa demanda.”

    Na avaliação do Ministério da Gestão, a mudança desejada pelo sindicato não pode ser feita, pois há regras que vedam que um servidor migre de um cargo de nível médio para um de nível superior sem concurso.

    Fonte: Folha de São Paulo

    Matéria anteriorServidores do Banco Central rejeitam proposta para ampliar autonomia
    Matéria seguinteSERVIDORES DO BC SE OPÕEM À AUTONOMIA DEFENDIDA POR CAMPOS NETO. ENTENDA