Funcionários do BC (Banco Central) fizeram uma nova paralisação nesta 5ª feira (24.fev.2022) para cobrar reajuste salarial e reestruturação de carreira do governo de Jair Bolsonaro (PL).
A paralisação teve adesão de 60% dos cerca de 3.500 funcionários da autoridade monetária, segundo o Sinal (Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central do Brasil). Por isso, afetou o monitoramento do sistema de pagamentos brasileiro.
O movimento foi realizado das 14h às 18h desta 5ª feira (24.fev.2022). Neste período, o BC transferiu o monitoramento do sistema de pagamentos de São Paulo para Brasília.
A transferência do centro de monitoramento já havia sido necessária na última paralisação dos funcionários do BC, em 9 de fevereiro. Desta vez, foi comunicada internamente às 13h55. Procurado, o BC disse que não vai comentar a paralisação dos funcionários.
Novas paralisações
Os sindicatos que representam os funcionários da autoridade monetária devem ter uma nova reunião com o presidente do BC, Roberto Campos Neto, depois do feriado de Carnaval.
No entanto, já marcaram nova paralisação para 10 de março. A expectativa do Sinal é de que o próximo protesto tenha 70% de adesão e também afete alguns serviços do BC.
O presidente do Sinal, Fabio Faiad, disse que a próxima paralisação já está sendo articulada porque Roberto Campos Neto não deve apresentar uma proposta de reajuste salarial na reunião com os sindicalistas.
“O gargalo das negociações não está no BC, mas sim no governo. As recentes declarações do presidente Bolsonaro, pedindo compreensão aos servidores que não são da segurança, sugerem que o reajuste será dado somente para os policiais federais, excluindo os servidores do BC”, afirmou.
Roberto Campos Neto já conversou 3 vezes com os funcionários que pedem reajuste salarial, mas não houve acordo sobre a pauta. Por outro lado, ele encaminhou para o Ministério da Economia o pedido de reestruturação de carreira dos analistas e técnicos do BC.
Segundo Fabio Faiad, os funcionários do BC aguardarão uma proposta do governo até 16 de março. Caso a negociação não avance até lá, será discutida a possibilidade de greve por tempo indeterminado a partir da 2ª quinzena de março. A entrega de cargos em comissão também será avaliada.
Os funcionários do BC querem que o governo não dê reajuste salarial apenas para as forças de segurança, como indicou o presidente Jair Bolsonaro. Além disso, pedem reestruturação de carreira.
Fonte: Poder 360