Fundo prevê contração no Brasil e apoia ajuste fiscal

    O Brasil atravessa a sua pior desaceleração econômica em mais de duas décadas, num cenário marcado pelo baixo investimento do setor privado e pela queda da confiança do consumidor, diz o FMI. Para o Fundo, o aperto da política fiscal e o aumento dos juros também contribuem para a fraqueza da demanda no curto prazo, mas essas medidas são fundamentais para conter a alta da dívida pública e reconstruir a confiança no arranjo macroeconômico. O FMI prevê retração para o Brasil de 1% neste ano e expansão de 1% em 2016. 

    Segundo relatório divulgado ontem, o investimento privado no Brasil é afetado por problemas de competitividade, além de sofrer com a piora dos termos de troca (a relação entre preços de exportação e de importação) e a incerteza devido ao impacto da investigação da Petrobras e ao efeito da seca sobre a oferta de energia. “A confiança do consumidor também piorou abruptamente, num quadro de inflação alta, crédito mais apertado e o começo da fraqueza do mercado de trabalho”, diz o FMI. 

    O Fundo elogia o aumento dos juros promovido pelo Banco CENTRAL (BC) desde o fim de 2014. Com inflação em geral acima das metas, os BCs da região têm sido mais conservadores que na Ásia ou na Europa. Os cortes de juros recentes no Chile e no Peru são exceções na América Latina. “Enquanto isso, os bancos centrais do Brasil e do Uruguai continuam com a tarefa de fortalecer a credibilidade dos seus arranjos monetários, uma vez que a inflação segue elevada. Nesse sentido, o aperto monetário adicional promovido no Brasil desde o fim de 2014 é apropriado.” 

    O FMI acha inevitável o ajuste de contas públicas brasileiro, mesmo num momento de desaceleração da atividade econômica.

     

    Fonte: Valor Econômico

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